Para compreender o impacto da Tokenização de Instrumentos Financeiros na economia contemporânea, é necessário que entendam primeiro o que são esses instrumentos e como eles funcionaram até então. No cenário econômico, Instrumentos Financeiros são contratos que criam direitos e obrigações financeiras entre partes envolvidas. Rodrigo Caggiano, CPO da Mobiup e Cofundador afirma que, eles incluem uma gama de ativos como ações, títulos, derivativos, dívidas e moedas. Esses instrumentos têm papel fundamental no comércio e na alocação de recursos.
“Dito isso, caminhamos para uma realidade onde todos esses Instrumentos Financeiros, que historicamente sempre foram representados na forma física de um papel ou através de registros eletrônicos totalmente centralizados, são transformados em Tokens Digitais, permitindo sua divisibilidades e transferibilidade instantânea através de uma rede descentralizada.” Destaca Rodrigo.
Esta é a promessa da Tokenização de Ativos no cenário financeiro, um processo que está ganhando destaque rapidamente ao mudar a forma como o cliente interage com o sistema financeiro atual. Desde 2021, a Tokenização de Ativos Reais já vinha sendo uma das áreas da criptoeconomia mais observada pelo mercado econômico e, em 2022, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já afirmava que o sistema financeiro tradicional migraria para uma Economia Tokenizada.
Isso porque, com a Tokenização de Instrumentos Financeiros, uma grande porta de benefícios se abre, sendo os seus principais a redução de custos e intermediários, o fracionamento de ativos antes indivisíveis e a acessibilidade global, dando espaço para que indivíduos e organizações diversifiquem seus portfólios e questionem suas formas de atuação.
A integração de Instrumentos Financeiros à Blockchain já apresenta uma série de exemplos práticos como o DREX e a Tokenização da Cédula do Produtor Rural, e em bancos tradicionais como o Itaú com o Itaú Assets, a parceria da Núclea com a Parfim e Mobiup, empresas especializadas em Blockchain e a exigência da Caixa Econômica em conhecimentos de Bitcoin e Blockchain para seus concursados.
O fato é que a tecnologia Blockchain estará inserida no nosso cotidiano sem nem percebermos e a economia brasileira está caminhando a passos largos para que isso aconteça.
Quem divide multiplica
A Tokenização de Ativos Reais (do inglês RWA – Real World Assets) é o processo que transforma um bem ou um direito em uma representação digital de valor real equiparado. Essa representação é chamada de Token, ela é única e fica registrada na Blockchain e pode representar qualquer bem, desde imóveis, recebíveis a automóveis e títulos.
“Uma das principais vantagens da Tokenização é que esses tokens representam uma fração divisível do ativo, ou seja, permite a divisão e o compartilhamento de um ativo antes indivisível em partes menores. Ativos que antes eram exclusivos de grandes investidores institucionais podem ser fracionados e vendidos como tokens para investidores individuais.” Continua o cofundador.
Com a Tokenização (RWA) é possível investir em um imóvel sem ter todo o dinheiro para a compra, podendo investir na fração daquele ativo correspondente ao valor que eu tenho disponível. Isso democratiza o acesso a ativos mais elaborados que normalmente são restritos a investidores qualificados.
Uma economia de bilhões
Segundo especialistas, a tokenização de ativos tradicionais, como imóveis e contratos, impulsiona uma nova era no mercado financeiro global. No último ano, o setor de tokenização alcançou um valor de mercado de US$ 2,3 bilhões e as projeções indicam que só continuará a crescer: a expectativa de aumento é de 148% até 2026, atingindo um valor estimado de US$ 5,6 bilhões.
De maneira geral, a ideia da tokenização foi vista com bons olhos dos dois extremos: a possibilidade de não haver mais um intermediário no processo de emissão de um ativo diminui o caminho percorrido pelos bancos, reduzindo os seus custos e assim também as taxas que chegam até as empresas.
“Em outras palavras, em vez de termos uma instituição para fazer o processo de emissão, outra para custódia, outra para liquidação e uma outra ainda para distribuição de uma dívida, tudo será automatizado.” Afirma Rodrigo.
Um estudo da ANBIMA apresentado a partir da pesquisa de projetos de tokenização em diversos países, mostrou oportunidades de tokenização de diversos ativos do mercado financeiro brasileiro, como FIDCs, CCBs e cotas de fundos fechados, ampliando seus acessos e viabilizando um mercado secundário.
A Núclea, (ex-CIP, Câmara Interbancária de Pagamentos), provedora de serviços tecnológicos e de pagamentos para o setor financeiro, já era referência em produtos financeiros, ainda assim, uniu forças com a Mobiup, especialista no planejamento e desenvolvimentos de soluções em Blockchain, para construir uma infraestrutura própria baseada nessa tecnologia e em ativos tokenizados.
A CBDC do Banco Central é o DREX
Se há dois anos atrás, o Banco Central anunciava o caminho para uma economia tokenizada, hoje, sua moeda digital se encontra praticamente pronta para ser testada pela população. Na prática, o Drex será a atualização para o digital das cédulas físicas.
Rodrigo conta que sua custódia será feita pelo Banco Central, por isso a sigla CBDC – Criptomoeda de Banco Central em inglês. A redução dos custos do uso de papel-moeda e da distribuição do dinheiro físico, são vistos como sinônimo de uma operação mais eficiente, segura, acessível e democrática.
Isso se dá porque a tecnologia Blockchain, a qual o Drex está atrelado, oferece um sistema seguro de registros de transações e elimina a necessidade de intermediários, como bancos. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, já estuda utilizar o Drex para pagamentos offline de benefícios sociais, como o do Bolsa Família.
“A tokenização de Ativos Financeiros é um excelente exemplo que mostra a tecnologia Blockchain para além do Bitcoin. Essas mudanças têm o potencial de transformar significativamente a maneira como os ativos são negociados, tornando o acesso aos investimentos mais democrático e impulsionando a inovação na indústria financeira. Assim, abre-se espaço para o surgimento de um novo mercado de capitais mais dinâmico e inclusivo.” Finaliza ele.
Isenção de responsabilidade: As opiniões, bem como todas as informações compartilhadas nesta análise de preços ou artigos mencionando projetos, são publicadas de boa fé. Os leitores deverão fazer sua própria pesquisa e diligência. Qualquer ação tomada pelo leitor é prejudicial para sua conta e risco. O Bitcoin Block não será responsável por qualquer perda ou dano direto ou indireto.
Se aceita Pix, aceita Criptoativos!
Usando a tecnologia do SWAPX, os Truthers podem realizar pagamentos via Pix, diretamente de seu Truther.