Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, compartilhou uma análise abrangente sobre o impacto do primeiro ano de governo de Javier Milei no mercado cripto argentino. Milei, conhecido por suas posições libertárias, gerou expectativas no setor com promessas de modernização econômica. Apesar de avanços importantes, os resultados ainda não atingiram plenamente as esperanças iniciais.
“No primeiro ano, Milei focou em estabilizar a economia, controlando a inflação e reduzindo a pressão por dolarização”, explicou Serrano. Esses esforços resultaram em uma queda significativa da inflação mensal, de 13% para cerca de 3%. Tal estabilidade reduziu a urgência de compra de dólares, mas não diminuiu o uso de stablecoins, que ainda representam 61,8% das transações com criptoativos no país, segundo a Chainalysis. “Na Ripio, observamos um crescimento de 150% no uso de stablecoins durante este primeiro ano”, ressaltou.
Mesmo sem políticas específicas para o setor cripto, algumas iniciativas destacaram-se. O governo realizou um “blanqueo”, permitindo a legalização de criptoativos mediante pagamento de impostos reduzidos.
“Pela primeira vez, vimos nossos usuários declarando criptomoedas em nossa plataforma. Outro marco foi a aprovação de Cedears de ETFs de criptomoedas e a criação de contratos de aluguel em cripto, um reflexo direto da revogação da Lei do Aluguel.” comentou Serrano.
Para o futuro, o governo trabalha em um ‘sandbox’ para tokenização de ativos reais e em uma bolsa de valores em blockchain. Segundo Serrano, essas medidas podem revolucionar o mercado de capitais argentino, criando oportunidades de financiamento para empresas.
Ele também acredita que remover restrições do Banco Central é essencial para fortalecer o setor cripto. No cenário global, eventos como a valorização histórica do Bitcoin e a declaração de Jerome Powell, do Federal Reserve, reforçam a confiança no futuro das criptomoedas.
“A perspectiva para 2025 é muito positiva. Milei pode transformar o mercado cripto em um pilar do crescimento econômico argentino”, concluiu Serrano.
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