O Monero, uma das criptomoedas mais conhecidas por sua forte ênfase em privacidade e descentralização, alcançou recentemente um marco impressionante: 4.1 GH/s de hashrate em sua rede. Este número representa mais de 4 bilhões de hashes sendo calculados por CPUs ao redor do mundo a cada segundo, destacando sua singularidade como uma criptomoeda minerável exclusivamente por CPUs.
O Que é Monero e Por Que Ele É Único?
Monero é uma criptomoeda focada em privacidade, que utiliza uma tecnologia chamada RingCT (Confidential Transactions) para ofuscar os detalhes das transações. Isso significa que remetente, destinatário e valor transferido permanecem anônimos, oferecendo uma camada de privacidade incomparável no mundo das criptomoedas.
Ao contrário de moedas como Bitcoin, que dependem de ASICs (equipamentos especializados de mineração), o Monero usa o algoritmo RandomX, projetado para ser minerado eficientemente com CPUs convencionais. Isso democratiza a mineração, permitindo que qualquer pessoa, com um computador básico, participe da rede.
Mineração de Monero: Como Funciona?
A mineração de Monero é baseada em princípios de descentralização e acessibilidade:
- Algoritmo RandomX: Otimizado para CPUs, dificulta o uso de ASICs. Assim, grandes corporações têm menos vantagens sobre mineradores individuais.
- Energia Elétrica: O custo de mineração pode variar consideravelmente. Em locais com eletricidade barata ou gratuita, a atividade pode ser lucrativa, enquanto em outros casos serve como uma forma de adquirir Monero sem KYC (processos de identificação obrigatórios).
- Recompensas e Inflacionamento: Em 2024, a inflação real do Monero é de aproximadamente 0,89%, com uma recompensa por bloco ajustada para sustentar a segurança e funcionalidade da rede.
O Significado do Marco de 4.1 GH/s
O hashrate de 4.1 GH/s representa um esforço coletivo global. Para contextualizar, um processador AMD Ryzen 9 5950X gera cerca de 15-18 KH/s (kilohashes por segundo). Isso significa que mais de 142 mil CPUs de alta performance estão contribuindo simultaneamente para a rede.
No entanto, esse recorde também traz à tona preocupações sobre os custos operacionais. A estimativa é de que a mineração custa cerca de 18 XMR por hora (aproximadamente US$ 3.600), o que pode tornar a rede vulnerável a ataques de duplo gasto em teoria. Porém, na prática, alugar hardware suficiente para tal ataque é extremamente difícil e caro.
Mineração Doméstica: Ainda Vale a Pena?
Para mineradores domésticos, a lucratividade depende fortemente do custo da eletricidade. Com preços acessíveis de energia, a mineração pode ser uma maneira de adquirir Monero sem intermediários. No entanto, a recompensa pode ser baixa, especialmente em setups pequenos.
Dado o crescimento da rede e a valorização potencial do Monero, mineradores podem estar “investindo” indiretamente, comprando XMR com eletricidade. Se o preço do Monero subir, a mineração pode se tornar mais lucrativa.
Perspectivas para o Futuro
O aumento do hashrate do Monero é um sinal de saúde e crescimento da rede, mas também aponta para desafios. O debate sobre ajustes na inflação real (de 0,89% para algo entre 1,1% e 1,7%) visa equilibrar recompensas e segurança no longo prazo, enquanto mantém a privacidade e a descentralização.
Conclusão
Monero continua a se destacar como um projeto inovador no mundo das criptomoedas, promovendo privacidade e acessibilidade. Seu marco de 4.1 GH/s é um testemunho do compromisso da comunidade global. Apesar dos desafios, a mineração doméstica ainda pode ser atraente para entusiastas que valorizam a descentralização e o anonimato financeiro.