A comunidade Monero (XMR), conhecida por sua ênfase em privacidade e resistência à censura, está enfrentando um ataque inédito e sofisticado. Desta vez, não se trata de um exploit técnico ou vulnerabilidade de software — o ataque é puramente econômico e coordenado, com objetivos claros de dominar a rede e comprometer seus princípios fundamentais.
Entendendo o ataque: como Qubic está tentando dominar o Monero
O ataque é promovido pela pool Qubic, associada a Sergey Ivancheglo — cofundador da IOTA — e está focado em atrair mineradores oferecendo recompensas em seu próprio token ($QUBIC), além do tradicional XMR. Em resumo, a estratégia é:
- Pagar mineradores com $QUBIC para que direcionem poder de hash para a pool Qubic.
- Vender o XMR minerado por Qubic, o que aumenta a pressão de venda do ativo.
- Recomprar $QUBIC com os lucros, promovendo a valorização artificial do token.
- Aumentar a dominância da pool no hashrate total da rede, mirando 51% de controle.
Essa operação representa um ataque deliberado de centralização, mirando uma das redes mais descentralizadas da Web3.
O objetivo real: um ataque de 51% sem sujar as mãos
O plano da Qubic vai além da simples mineração:
- Ao atingir mais de 50% do hashrate, a pool teria poder para censurar transações, reverter blocos e paralisar a rede, ameaçando a integridade do Monero.
- O ataque visa desestabilizar a confiança no XMR, promovendo uma migração de valor para o ecossistema Qubic.
Não se trata apenas de lucro — é uma tentativa de domínio completo de uma rede adversária, utilizando apenas incentivos econômicos, um tipo de guerra descentralizada silenciosa.
A resposta da comunidade Monero
Com o alerta disparado pela comunidade, surgiram discussões emergenciais para:
- Banir a pool Qubic dos principais softwares de mineração;
- Modificar rapidamente o algoritmo PoW RandomX, o que exigiria uma atualização em toda a rede;
- Educar mineradores sobre os riscos de centralização e como o incentivo a curto prazo pode destruir uma rede que prezam.
Esse caso reacende o debate sobre resistência econômica a ataques de consenso, algo raramente discutido, mas cada vez mais necessário.
Por que isso importa para todo o ecossistema cripto?
Este ataque contra o Monero não é um evento isolado: é um aviso ao mercado. Ele mostra que:
- A descentralização pode ser minada sem violar nenhum código-fonte, apenas com incentivos financeiros.
- A lógica de “Code is Law” precisa ser complementada com mecanismos de proteção de incentivos.
- Protocolos que não têm um plano para lidar com esse tipo de manipulação correm sérios riscos.
Se Monero, uma das redes mais antifrágeis do setor, está sob risco — o alerta é global.
Na era da tokenização e das DAOs, os ataques de incentivo se tornarão mais frequentes e mais difíceis de detectar. O caso Qubic-Monero mostra que a guerra das blockchains está migrando do código para os mercados, e os defensores da descentralização devem evoluir com isso.
A BBDAO seguirá monitorando o caso para entender se o ecossistema Qubic se tornará um precedente perigoso — ou se o Monero conseguirá se defender como já fez tantas outras vezes.
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