Sara Paixão, Analista de Macroeconomia da InvestSmart XP
Em mais um capítulo da Guerra Comercial entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo anunciaram um acordo estratégico que promete aliviar tensões e redefinir parte da dinâmica global de comércio — com efeitos diretos sobre o Brasil, especialmente no agronegócio e no setor de tecnologia.
China promete importar mais produtos agrícolas dos EUA
Entre os principais pontos do acordo, destaca-se o compromisso da China de ampliar as importações de produtos agrícolas norte-americanos, incluindo a soja, um dos itens mais sensíveis para o Brasil. A medida pode reduzir a fatia brasileira nas exportações para o mercado chinês, que vinha crescendo desde o início das tensões comerciais em 2018.
A promessa chinesa de aumentar as compras dos EUA tem potencial para reconfigurar o fluxo global de commodities agrícolas, impactando os preços internacionais e a balança comercial brasileira.
Redução de tarifas e liberação de exportações tecnológicas
Pelo lado americano, o acordo reduz de 25% para 10% a tarifa aplicada sobre o fentanil — substância sensível nas negociações bilaterais — e cancela uma tarifa de 100% que entraria em vigor em novembro sobre produtos chineses.
Em contrapartida, a China obteve concessões significativas: os EUA liberaram a exportação de chips e semicondutores de empresas norte-americanas, o que pode acelerar o avanço tecnológico chinês e fortalecer sua indústria de inteligência artificial e 5G.
Além disso, a redução de barreiras à exportação de terras raras — materiais essenciais para os setores de tecnologia, energia e defesa — diminui o poder de barganha do Brasil nesse segmento, já que o país vinha se posicionando como potencial fornecedor alternativo desses minerais estratégicos.
Prazo limitado e incertezas futuras
O acordo, entretanto, terá validade inicial de um ano, exigindo renovação periódica das negociações entre os países. A assinatura oficial está prevista para os próximos dias, e especialistas já apontam que o cumprimento das promessas dependerá do cenário geopolítico e eleitoral de ambas as nações.
Apesar do alívio momentâneo nas tensões, o pacto é visto por analistas como um armistício temporário, com potencial para impactar as exportações brasileiras tanto no agronegócio quanto em setores estratégicos ligados à indústria de insumos tecnológicos.
“O Brasil precisará se adaptar rapidamente ao novo equilíbrio comercial entre EUA e China, buscando diversificar seus mercados e fortalecer acordos bilaterais próprios”, afirmam analistas do setor de comércio exterior.
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