Jaqueline Neo, Superintendente de Câmbio e Crédito da be.smart
O dólar abriu em alta diante da espera pelo relatório de emprego dos EUA, refletindo incerteza sobre criação de vagas e política monetária do Fed. Em agosto foram criadas apenas 22 mil vagas não agrícolas, a taxa de desemprego subiu para 4,3%, e o salário médio por hora avançou 0,27% no mês (acumulando 3,69% em 12 meses).
A taxa de participação na força de trabalho chegou a 62,3%, enquanto as vagas em aberto mostram sinais de enfraquecimento da demanda por mão de obra.
O mercado reajustou a curva de juros futuros: a probabilidade de corte de 25 pontos-base até dezembro de 2025 está em 63,8%, sinalizando expectativa de afrouxamento gradual pelo Fed. Esse cenário aumenta o prêmio de risco de curto prazo e reforça a busca por ativos defensivos, impulsionando fluxo de hedge em dólar e Treasuries. A alta da moeda reflete, portanto, um movimento técnico de proteção, alinhado à reprecificação das expectativas sobre a política monetária americana.
A movimentação evidencia a importância da proteção cambial como estratégia de gestão de risco, especialmente para empresas e investidores expostos a moedas emergentes, garantindo estabilidade frente à volatilidade provocada por dados econômicos e decisões do Fed.


