Contra todas as probabilidades, mineradores solo estão abocanhando blocos completos de Bitcoin — mesmo com o hashrate da rede em níveis recordes.
Enquanto a taxa de hashrate global do Bitcoin flutua próxima dos 902 EH/s, uma marca histórica, pequenos mineradores estão desafiando a lógica do mercado. Recentemente, um minerador independente conquistou o bloco #907.283 usando o pool Solo CK. O feito rendeu 3,125 BTC mais US$ 3.436 em taxas — um total de mais de US$ 375 mil.
O caso não é isolado. Desde fevereiro, mineradores com poucos petahashes conseguiram recompensas integrais em diversos blocos. Isso levanta uma questão importante: a mineração solo está voltando?
Potência não é tudo: eficiência é o novo ouro
O diferencial desses mineradores não está no tamanho da operação, mas na eficiência energética e poder de hashing concentrado.
Equipamentos como o KEYMINER A1, com consumo de apenas 650 watts e entrega de 1.100 TH/s, estão revolucionando a dinâmica. De acordo com Samuel Li, CTO da ASICKey, “esses dispositivos permitem ao minerador doméstico competir com setups industriais, gastando menos energia e ganhando mais por ter sorte no timing”.
O modelo mais avançado, o KEYMINER PRO, promete até 5.800 TH/s com 2.800 watts — algo impensável poucos anos atrás. Ainda que a mineração solo continue sendo uma “loteria”, as chances aumentam conforme o custo diminui.
Por que minerar sozinho? Ideologia, recompensa e liberdade
Embora as probabilidades sejam baixas (cerca de 1 em 650.000 para 1 PH/s), o possível retorno — 3,125 BTC + taxas — é o suficiente para atrair aventureiros.
Além disso, há um componente ideológico: a descentralização da rede Bitcoin. Com pools como Foundry USA, AntPool e F2Pool dominando mais de 60% do hashrate, o risco de centralização preocupa. Para alguns, minerar sozinho é um ato de resistência contra a concentração de poder.
Mesmo com os riscos, a mineração solo vive um renascimento. Os mineradores buscam liberdade, eficiência e, quem sabe, o próximo bloco de ouro digital. Com o avanço dos ASICs e o aumento das discussões sobre centralização, o futuro pode reservar mais surpresas para quem opera sozinho.
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