Jaqueline Neo, Superintendente de Câmbio e Crédito da be.smart
“O mercado de crédito nos Estados Unidos começa a emitir sinais de alerta. O ambiente de juros altos, inflação resistente e crescimento econômico mais fraco vem pressionando empresas e consumidores, e as recentes declarações do Bank of America (BofA) reforçam essa preocupação. Segundo o banco, o aumento nas taxas de inadimplência e a redução da liquidez podem indicar que o ciclo de crédito fácil, que sustentou a economia americana após a pandemia, está chegando ao fim.
Esse movimento tem consequências diretas sobre o câmbio. Quando o risco de crédito cresce, o investidor global tende a adotar uma postura mais defensiva, buscando ativos considerados mais seguros. O resultado pode ser uma pressão sobre o dólar, que tende a enfraquecer se a confiança no sistema financeiro americano for abalada. O que se observa é uma relação delicada entre crédito, confiança e moeda: quanto maior o risco de inadimplência, maior a chance de instabilidade cambial.
Do ponto de vista global, cria-se uma cadeia de efeitos que vai muito além dos Estados Unidos. Países emergentes, como o Brasil, sentem rapidamente os impactos de qualquer oscilação no dólar. Uma eventual depreciação da moeda americana ou uma reprecificação do risco global pode alterar o fluxo de capitais, mexer com as reservas internacionais e influenciar diretamente o valor do real.
As falas do BofA sugerem que o mercado de crédito americano entrou em uma fase de maior seletividade. As condições financeiras mais apertadas podem frear o consumo e os investimentos, justamente em um momento em que a economia precisa de fôlego para evitar uma desaceleração mais acentuada. A resposta do Federal Reserve será crucial tanto para calibrar os juros quanto para preservar a estabilidade dos mercados.
O risco de crédito nos Estados Unidos deve ser acompanhado de perto como um termômetro da confiança global. Se o sistema financeiro americano conseguir absorver esse estresse sem perdas significativas, o impacto sobre o câmbio tende a ser limitado. Caso contrário, o mundo poderá assistir a um novo período de volatilidade, com o dólar reagindo de forma imprevisível e os emergentes, como o Brasil, precisando se adaptar rapidamente. O momento exige menos euforia e mais atenção. O crédito é o motor silencioso da economia, e quando ele começa a falhar, o câmbio costuma ser o primeiro a reagir” .
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