Conhecida no mercado de blockchain games, a brasileira Heloísa Passos começa uma nova jornada com a Trexx, startup desenvolvedora de jogos baseada no Reino Unido e com operações no Brasil. Na nova empresa, a empresária passa a se dedicar ao desenvolvimento do Boom Boogers, um game de ação que tem o propósito de conectar mais brasileiros ao mercado da criptoeconomia. O jogo ocorre por meio do uso de blockchain, que é a troca de informações processadas por usuários de uma rede descentralizada de computadores e que foi criada para garantir segurança e transparência em negociações digitais.
“Poder desenvolver jogos e ajudar mais o ecossistema de blockchain games, acaba sendo uma motivação pessoal minha, porque essa tecnologia transformou minha vida. Acredito que ela tem esse mesmo potencial de transformação, principalmente para mulheres e meninas que podem ter oportunidades por meio dos games e da web3”, afirma Helo Passos.
Segundo ela, o Boom Boogers está em um estágio pré-alpha em que temos os conceitos visuais e a lore (história do jogo) definida. “Já temos uma gameplay de um dos modos do jogo disponível com diferentes personagens para nossa comunidade testar a jogabilidade e dar feedbacks. Esse é um dos pilares que acreditamos quanto a construção de projetos em blockchain, a co-criação de features com a comunidade”, explica.
A CEO da Trexx quer lançar o jogo integrado com a blockchain ainda este ano, próximo ao final de julho, e já conta com algumas iniciativas em parceria com comunidades de blockchain games e de tecnologia para ações com os jogadores.
De acordo com a empreendedora, em 2021, os fundos de venture capital (que apostam em empresas com alto potencial de crescimento) investiram US$ 2,8 bilhões em diversas iniciativas em tecnologia de games blockchain.
Durante a evolução do segmento, Helo reforça que os games já passaram por três momentos econômicos. O primeiro deles foi o “pay to play”, momento que era necessário a compra de jogos (através de cartuchos ou cds) para ter acesso aos games, em um segundo momento o “free to pay”, etapa que permitiu o ingresso gratuito aos games por meio do acesso à banda larga, computadores e dispositivos móveis, e que passava a ser possível a aquisição de itens como roupas (skins) e acessórios para turbinar os personagens e até mesmo negociar avatares mais completos de outros jogadores.
Mais recentemente, porém, o que tem tomado conta do segmento é o blockchain games, estrutura de suporte de transações por meio dos jogos virtuais e interoperabilidade entre diferentes jogos. A operação ocorre por meio dos NFTs (tokens não fungíveis, em português), que são a representação de um bem no ambiente virtual.
Helo afirma que, atualmente, existem 1.13 milhões de carteiras ativas que interagem com contratos de blockchain, esse número corresponde a um crescimento de 85% em relação a 2021. “Projetos de metaverso e Web3 gaming arrecadaram só no último ano em investimentos de Venture Capital US$ 7.6 bilhões, desse valor US$ 2.54 bilhões foi aplicado em projetos de infraestrutura. Quando falamos de trading volume, US$ 1.45 bilhões foi movimentado na compra de terrenos virtuais. O Axie Infinity sozinho movimentou US$ 325 milhões em vendas no marketplace com o lançamento das novas versões de jogo. Tudo isso ainda é muito pequeno comparado ao que vai vir a ser o mercado. Só para se ter uma noção, o mercado de games tradicionais tem tamanho de US$ 190 bilhões”, destaca.
Para a CEO, o próximo grande onboarding será por meio da indústria do entretenimento e grande parte desse share nos games. “75% dos brasileiros e brasileiras já se consideram gamers, do pessoal que joga Candy Crush ao atleta de e-sports, todos tem contato com os jogos, mas por meio de dinâmicas diferentes, e é isso que quero explorar nos títulos da Trexx”, finaliza.