O agronegócio brasileiro é o principal motor da economia brasileira. O setor já corresponde a cerca de 1/3 do PIB nacional, com 27,4% em 2021, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP). Segundo o último levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em outubro do ano passado, o agronegócio teve um superávit de US$ 12,8 bilhões, e com previsão para 2023 de aumento de 10,9% no PIB agropecuário o que mostra a potência deste setor para a nossa economia. Mas, será possível inovar e melhorar ainda mais a performance deste setor? A resposta é sim, conforme aponta Alain Marques, fundador e CEO da AgVenture Hub que acaba de passar por um rebrading e passará a se chamar AgFoodVentures. Já o objetivo e proposta de valor se mantêm: ser um ecossistema de inovação para cadeia de valor do agronegócio.
“Se o Brasil é uma potência hoje no agronegócio, é graças aos cientistas e empreendedores que, utilizando de muita ciência, tecnologia e inovação, transformaram o país de importador de alimentos para um dos maiores produtores e exportadores globais de diversas culturas. Hoje, com um modelo mais acelerado das startups, temos a chance de não só liderar a produção de commodities, mas também agregar valor com muita inovação tecnológica em toda a cadeia de valor do agronegócio, seja antes, dentro ou após porteira”, explica Marques, que em seus mais de 15 anos de experiência em economia e inovação tecnológica, ajudou no desenvolvimento e aceleração de mais de 400 startups no país.
Rebranding
A escolha do novo nome, segundo Alain Marques, é para consolidar o termo ‘agfoodtech’, que engloba startups de toda cadeia de valor do agronegócio, como o nosso ecossistema, reforçando assim seus três pilares de atuação: aceleração de startups, open innovation e investimentos.
Ser AgFoodVentures reforça o propósito do ecossistema, que é acelerar inovações disruptivas para alimentar o Brasil e o mundo. Para isso, além de auxiliar no desenvolvimento das principais agfoodtechs do país e atuar com open innovation junto às corporações parceiras, irá dar oportunidade para investidores do mercado investirem junto com os melhores Venture Capitals globais focados em agfood.
“Hoje, muitos investidores atuantes no setor do agronegócio não conseguem investir diretamente em startups AgriFoodTechs e muito menos ajudá-las no seu processo de crescimento. Do outro lado, as startups carecem de investidores “smart money”, ou seja, aqueles investidores que podem além de investir nas startups, também aplicar seu conhecimento e networking para ajudar as startups a crescerem mais rapidamente. Isso diminui riscos de ambos os lados. Além disso, ainda temos dificuldades de efetivar esses investimentos em startups de uma maneira transparente e segura.” aponta Marques.
Lançamento de plataforma de investimento blockchain
No novo modelo de negócios da AgFoodVentures, além da aceleração e consultoria estratégica de open innovation, a empresa coloca no mercado, a primeira plataforma de investimentos baseada na blockchain e focada no desenvolvimento de startups da cadeia de valor do agronegócio.
“A plataforma, além de ser pioneira e trazer a segurança e transparência da tecnologia blockchain, aplicará o conceito de smart money na veia, pois estamos atraindo pessoas que são do setor e que querem agregar no crescimento das startups. A iniciativa, além do aporte, oferece às startups o acesso a uma rede de investidores abertos a ajudar com mentorias e abertura de mercado, além de abrir oportunidade para qualquer pessoa aportar junto aos maiores especialistas do setor. Outro ponto que vale destacar é a forte curadoria que a plataforma traz, diminuindo os riscos para investidores menores e a chance de investir junto aos principais investidores de venture capital globais”, explica Alain Marques.
O processo de seleção será contínuo e as startups poderão preencher nosso formulário para análise no site: www.agfood.ventures, clicando em agfood investments. “Estamos muito focados em buscar os melhores empreendedores e os modelos mais disruptivos da cadeia do agro e contamos com os melhores nomes do setor para essa curadoria”, avisa o executivo e complementa: “a expectativa para esta nova fase do projeto é muito positiva, pois acreditamos que além de democratizar os investimentos, vamos fomentar e acelerar boas startups de toda cadeia agfood, e isso como falamos, é mais inovação que reflete mais produtividade com maior qualidade dos alimentos esustentabilidade. Queremos também com essa iniciativa atrair e aumentar o número de bons empreendedores focados em agfoodtechs, mostrando a oportunidade e o propósito que é empreender no agro”, finaliza.
Parcerias
A AgFoodVentures possui atuação no Brasil e parcerias principalmente em Israel e no Vale do Silicio. É a aceleradora de AgTechs selecionada no programa de Inteligência Artificial do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovações – IA²MCTI, um dos principais programas de Inovação e Aceleração de Startups do país, com open innovation, investimentos e conexão com corporate ventures. Também é a única instituição no Sudeste, ganhadora no principal edital de Agtechs do Brasil (MAPA e ABDI) para o modelo de difusão de tecnologia de ponta para o Agro 4.0.
Mercado AgFoodTechs
As agfoodtechs são startups que atuam levando inovação para toda cadeia de valor agro e food. Em 2021 essas startups levantaram investimentos recorde de US$ 52 bilhões, de acordo com a última edição do Relatório Anual de Investimento da AgFunder 2022. O valor representa um aumento de 85% em relação ao total de US$ 27,8 bilhões de 2020, indicando um mercado aquecido e uma demanda acelerada.
Os EUA continuam sendo o maior mercado do mundo para investimento em agfoodtechs, com 41% do capital investido e respondendo por 34% dos deals globais em 2021. O Brasil subiu várias posições em relação a 2019 e aparece como o 6º país que mais investe no setor, sendo o 5º com maior número de startups investidas.
Segundo o último relatório Radar Agtech Brasil 2022, realizado pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens, foram mapeadas 1.703 agtechs ativas no país, 8,2% a mais que em 2020/21 (1.574). E somente atuando ‘depois da fazenda’ são 756 startups, a maioria (281) com alimentos inovadores e novas tendências alimentares e 123 empresas com marketplaces e plataformas de negociação e venda de produtos agropecuários.
E para acompanhar e acelerar esse movimento e as demandas deste setor, Alain Marques foi convidado a assumir a cadeira de Committee Leader for AgFoodTechs na Associação Brasileira de Startups (ABStartups). “O comitê de Agfoodtech tem como proposta somar forças com os empreendedores para fortalecer e impulsionar as startups de toda cadeia de valor do agronegócio e alimentação, para dar maior visibilidade e posicionamento no Brasil e no mundo”, afirma Marques.