Apesar da queda de preço na maior parte dos ativos cripto, na América Latina o número de investidores brasileiros cresceram em 200% no ano de 2022.
Estudos mostram que latino-americanos usam moedas digitais para se resguardar contra inflação e fazer pagamentos do que para oportunidades de crescimento a curto prazo.
São Paulo, 27 de janeiro de 2023 – Enquanto 2022 foi um teste de estresse significativo para o mercado cripto, dados recentes mostram que os traders latino-americanos continuaram a negociar ativos e moedas durante o ano passado, bem como no início de 2023. Ao passo que essas são boas notícias para a comunidade cripto, especialistas da indústria estão aconselhando traders, tanto novatos quanto experientes,a reconsiderar suas abordagens para 2023, a fim de se beneficiarem de um mercado mudado.
“Não há dúvidas de que o mercado cripto no início de 2023 está bem diferente do que vimos no começo de 2022,” comentou Tyler Roessel, Relações Públicas da Phemex. “Mas quando você se afasta das manchetes bombásticas, uma perspectiva mais diferenciada aparece, especialmente ao olhar regionalmente para a América Latina”.
Roessel ressalta que os dados do final do ano mostram que o valor global total de cripto recebido na América Latina, entre julho de 2021 e junho de 2022, cresceu em 40%, isso sem mencionar que quatro países da região – Brasil, Argentina, Colômbia e Equador – ranquearam entre os que mais adotaram o ativo cripto, de acordo com o último estudo Chainalysis Global Adoption Index.
“O que é fascinante sobre a América Latina é que os altos e baixos de 2022 não pararam. Vemos uma tendência incrivelmente forte quanto à adoção de cripto em grande escala”, explica, citando diversos desenvolvimentos grandes durante o ano passado.
“O Brasil, a maior economia da região, teve o lançamento da sua primeira stablecoin, a MBRL, e o seu Banco Central está desenvolvendo sua própria moeda digital para ser testada em em 2023 e lançamento em 2024, com o Banco Central colombiano também seguindo esse exemplo”.
Roessel e outros especialistas notaram como, ao invés de restringirem a mineração e negociação de cripto como em alguns países da Europa e na China, os governos norte-americanos procuram incorporar e regulamentar ativos digitais como um reconhecimento da sua utilidade em um continente responsável por algumas das maiores taxas de inflação e de juros do mundo.
“Na América Latina, existe o que chamamos de geração cripto, formada por traders que não são do estereótipo ‘quero ficar rico rápido’, sobre o qual os jornais gostam de escrever”, Roessel argumenta. “Ao invés disso, eles tendem a ser trabalhadores com grande conhecimento, com um número significativo de mulheres entre eles, em busca de cripto como parte de uma estratégia de investimento concebida para rebater os ventos adversos da inflação, altas taxas de juros e flutuações da moeda local”.
Contudo, especialistas como Roessel ainda estão aconselhando investidores cripto da América Latina a prestar atenção nas lições dadas por 2022. Ele compara os últimos doze meses a um ‘teste de estresse’ que os investidores deveriam incorporar ao pensar em suas estratégias para o ano seguinte.
Por exemplo, Roessel explica que o mercado cripto está atualmente mais em baixa do que em alta, e os traders deveriam aprender as diferenças de investir sob essas circunstâncias. “Mercado em baixa é conhecido por produzir medo, incerteza e dúvida, mas um trader com bom conhecimento e cauteloso pode, ainda assim, conseguir ótimos retornos, desde que se mantenha calmo, leia sobre estratégias de investimentos no bear market como Dollar Cost Averaging, e foque no cenário a longo prazo”, comenta.
Roessel também sugere que os traders deveriam reavaliar a qualidade da plataforma de trading que utilizam, como parte de uma estratégia de longo prazo dentro do que ele chama de ‘crypto fundamentals’”.
“Assim como a análise de conceitos base é a ferramenta escolhida por muitos traders para jogarem a longo prazo com ativos mais tradicionais – especialmente no bear market – nós achamos que é de importância única a ação de analisar três áreas-chave ao investir em cripto, em 2023: as condições gerais macroeconômicas do mercado, os componentes de uma moeda ou token que você está negociando – seus mecanismos, o quanto existe em circulação, sua volatilidade – e, é claro, a taxa de câmbio sob a qual você está negociando”, ensina Tyler.
Desde o colapso notório da FTX, causado em parte por uma combinação de opacidade operacional, falta de diligência devida e iliquidez, plataformas de cripto têm tomado a medida de assegurar os seus clientes de que os seus investimentos estão seguros. No entanto, algumas ferramentas-chave se tornaram métricas confiáveis rapidamente, como as Provas de Reserva e a Proporção de Cobertura de Liquidez, e todas elas valem a pena serem usadas, segundo Roessel .
Por fim, analisando através de um viés puramente positivo, é importante lembrar de que investir é uma via de mão dupla, e que o maior investimento de um investidor é, no fim das contas, em si mesmo.
“A capacidade de uma pessoa de aplicar conhecimento, experiência, análise e avaliação vai determinar se terá sucesso ou não nesse ano que se inicia, assim como em qualquer outro ano”,
Roessel conclui.
“Por isso é tão importante escolher uma comunidade que valorize a educação contínua e o investimento em si mesmo. Porque isso significa que, queira você vença um dia ou perca no próximo, sempre se recuperará depois”.