“Chancellor on brink of second baillout for banks” foi a notícia do jornal THE TIMES no dia em que o primeiro bloco do Bitcoin, o Blobo Gênesis, foi minerado, em 2009, em pleno cenário de crise econômica devido a falência do banco Lehman Brothers Inc.
Hoje, nos vemos não somente à beira de um “third baillout for banks”, de um “terceiro resgate”, mas também da quebra de diversos grandes bancos — e não somente para o chanceler.
O mais recente “baillout” veio do Credit Suisse, que pediu ao Banco Central da Suíça empréstimos para que o banco pudesse manter sua “liquidez”, o empréstimo foi de cerca de 50 bilhões de francos suíços, isto é, cerca de 54 bilhões de dólares.
A notícia sai um pouco atrasada, pois não se está mais à beira de um “third baillout” senão que o baillout já ocorreu, e seus resultados são incertos: mais inflação, falência de mais bancos?
Com uma crise parecendo iminente, não se sabe o que pode ocorrer, alguns como Harvey colocam que “as crises são as maneiras pelas quais o capitalismo se estabiliza”, e nisso muitos economistas concordam, não pelo mesmo motivo.
Um governo tem a chance dupla de ou deixar um banco falir por insolvência ou utilizar seu banco central para conceder empréstimos via impressão de moeda, gerando assim maior inflação, ao banco insolvente. A tomada de decisão aqui, no final das contas, não é mais econômica, mas sim política: deixar um banco grande quebrar pode ser um golpe gigante na popularidade de um governo pela subsequente retração em toda a economia, que se traduz em efeitos práticos que já vimos muitas vezes na história ao longo das crises financeiras.
A mensagem simbólica do Bloco Gênesis: o papel do Bitcoin
Revivemos com tudo isso um novo ocorrido em um cenário já velho, revivemos a cena do bloco gênesis com mais uma possível crise financeira, relativamente perto do Halving.
Lembramos da mensagem essencial do Bitcoin, sendo alarmada aqui diversas vezes desde a falência da FTX, como uma alternativa às finanças tradicionais, como buscando restaurar o poderio do dinheiro para as mãos das pessoas comuns — como uma moeda escassa e dotada de privacidade, como assim propiciava o padrão-ouro.
O Bitcoin nos oferece, justamente pela criação da escassez em pleno mundo digital, uma resposta em parte reacionária (por restaurar parcialmente um estado de coisas que foi vigente no passado) e em parte inovadora por ser nova tecnologia a fazer isso.
O estado atual do sistema financeiro global é precário, com bancos e economias enfrentando a ameaça de colapso. Os recentes “resgates” são apenas uma solução temporária para um problema maior, e não está claro por quanto tempo eles podem continuar a sustentar o sistema financeiro.
O Bitcoin, com sua promessa de um sistema financeiro descentralizado e sem necessidade de confiança, oferece uma alternativa potencial ao sistema financeiro tradicional. Se ele será capaz de substituir completamente o sistema atual ainda está por ser visto, mas uma coisa é clara: a necessidade de um sistema financeiro mais estável e sustentável nunca foi tão grande.
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Escrito por Vitor Gomes Calado