Um novo relatório revelou que as criptomoedas e a tecnologia blockchain estão ganhando popularidade e confiança entre os brasileiros, com a população reconhecendo cada vez mais o potencial de retorno de investimento, inclusão financeira e mobilidade financeira global.
Encomendado pela Sherlock Communications, o relatório destaca os principais aspectos do cenário do blockchain em 21 países, incluindo uma pesquisa exclusiva com 3.500 pessoas sobre o panorama das criptomoedas e do blockchain em seis países da América Latina: Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru e Chile.
Descobriu-se que, à medida que o cenário regulatório começa a se modificar, as autoridades têm trabalhado para desenvolver Moedas Digitais do Banco Central (CBDCs), e os players institucionais têm conseguido entrar no ecossistema de forma significativa. O relatório aponta que 2022 foi o ano em que bancos, fintechs, bolsas centralizadas e fundos de hedge criaram interfaces aprimoradas e iniciaram o processo de facilitar a adoção de criptomoedas de várias maneiras diferentes.
Luiz Hadad, pesquisador da Sherlock Communications, destaca que ecossistema de criptomoedas está em constante mudança e, desta vez, há dois aspectos principais a serem considerados ao ler o relatório de 2023.
“Estamos em um mercado em baixa e enfrentando muita pressão regulatória. Desde o colapso da stablecoin Terra Luna e a fraude na bolsa de criptomoedas FTX, os órgãos reguladores de todo o mundo (especialmente nos EUA) estão observando o setor de perto, tomando medidas para proteger os investidores e seus mercados domésticos.” Afirma Luiz.
36% dos brasileiros entrevistados consideram as criptomoedas um investimento seguro. Além disso, é a população mais confiante entre os latino-americanos de que o país está se modernizando em relação à pauta, com a porcentagem de respondentes que acreditavam que o Brasil estava atrasado caindo de 37% em 2020 para 27%.
As pessoas associam a tecnologia blockchain principalmente ao setor financeiro. No entanto, a realidade é que a blockchain tem vindo a diversificar as suas aplicações em vários setores já há algum tempo, mesmo que não seja algo que consideramos regularmente.
Maria Carola, diretora executiva de StealthEX, acredita que, ultimamente, tem havido um aumento notável no uso de NFTs (tokens não fungíveis). Além de apenas imagens peculiares de macacos em um blockchain, os NFTs servem a propósitos práticos, como autenticação de documentos, estabelecimento de provas de propriedade, emissão de ingressos e muito mais.
“O Blockchain também poderia revolucionar os sistemas de votação, evitando fraudes eleitorais e melhorando os cuidados de saúde, armazenando com segurança os registros médicos. A tecnologia é incrivelmente adaptável, mas tem um custo. A questão chave é se os benefícios superam o investimento financeiro. Na minha opinião, para muitos dos sectores mencionados, a resposta é um sonoro “sim”.” Afirma Maria.
O que está atraindo o investimento em criptomoedas
A demanda por plataformas de criptomoedas seguras e confiáveis está em alta e os brasileiros são os mais exigentes neste quesito. Segunda a pesquisa a taxa dessa demanda aumentou de 39% em 2021 para 46%, porcentagem acima da média latino-americana de 47%. Além disso, 35% sugerem que as plataformas de investimento deveriam ser mais intuitivas, exigindo menos habilidades técnicas.
Enquanto isso, conforme os governos se movimentam para introduzir normas regulatórias para o setor, os investidores em potencial estão atentos com o número de pessoas que espera por uma regulamentação melhor antes de investir. No Brasil, 18% dos entrevistados disseram que estão aguardando uma regulação antes de investir em criptomoedas no próximo ano.
Sobre os motivos que levam as pessoas a investir em criptomoedas, apesar da inflação, o investimento como meio de proteção à instabilidade financeira é apenas o quarto motivador, citado por 32% dos brasileiros entrevistados. O incentivo principal é a complementação da renda, com quatro em cada dez (42%) buscando essa realização.
Para Patrick O’Neill, sócio-gerente da Sherlock Communications, o relatório destaca o crescimento regional do blockchain, o que ajuda a diminuir a lacuna entre a América Latina e outras partes do mundo.
“Os dados indicam que, apesar de 2022 ter sido um ano desafiador para a comunidade de blockchain, nos últimos 12 meses, as taxas de adesão continuaram a aumentar, embora em um ritmo mais lento. Os governos e as instituições estão começando a acompanhar a tecnologia, e países como o Brasil e El Salvador estão criando regulamentações amigáveis para o ecossistema de criptomoedas, cada um deles com seus próprios termos.” Afirma ele.
“A América Latina é, sem dúvida, uma formadora de tendências na adoção de tecnologias Web3, e algumas das startups e projetos de blockchain mais inovadores dos últimos anos vieram da região. A América latina deve continuar a evoluir e se tornar um centro cada vez mais atraente para o mercado de criptomoedas, tanto para investidores quanto para consumidores”, completa.
Uma pesquisa revelou que 90% dos brasileiros acreditam que o blockchain fará parte de suas vidas. No Brasil, a tecnologia já é utilizada para inúmeras aplicações em governos e bancos de todo o país.
Além das criptomoedas e dos tokens, como o blockchain pode se tornar uma parte cada vez mais integrante de nossas vidas diárias?
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