O evento de halving do Bitcoin, que está marcado para 19 de abril, é realmente um marco importante no mundo das criptomoedas, especialmente para os mineradores. Historicamente, esses halvings sempre nos trouxeram desafios, já que as recompensas são cortadas pela metade. Esse mecanismo, embutido no algoritmo do Bitcoin, é projetado para controlar o fornecimento de Bitcoin, que tem um limite máximo de 21 milhões de moedas. Assim, depois de cada halving, os mineradores, recebem 50% menos bitcoins.
Fábio Murad, sócio da Ipê Investimentos e minerador de cripto, teve uma conversa com diretor de uma grande exchange, onde discutiram quem pode sair ganhando e quem pode perder com o próximo halving. O diretor destacou que, os mineradores, menos eficientes, especialmente aqueles com equipamentos mais antigos, lentos ou custos de eletricidade elevados, provavelmente enfrentarão dificuldades. Por outro lado, empresas maiores com balanços sólidos e uma infraestrutura robusta estão em uma posição melhor para lidar com os efeitos do halving.
“As grandes empresas de mineração estão muito focadas em se preparar para os diferentes cenários pós-halving. Destaco a importância de termos máquinas eficientes e de fazermos previsões detalhadas sobre os diferentes cenários de preço e taxa de hash. A taxa de hash se refere ao poder computacional total usado para minerar Bitcoin. A lucratividade de nós, mineradores, vai depender do preço do Bitcoin após o halving. Se o preço dobrar e a taxa de hash global também dobrar, a economia dos mineradores permanecerá a mesma.” Afirma Fábio.
Considerando os recentes movimentos de preço do Bitcoin, que chegou a uma máxima histórica de US$ 73.798 antes de recuar para cerca de US$ 65.500, a lucratividade como mineradores flutua de acordo com a cotação, claro. Para Fábio se era possível manter um negócio lucrativo quando o Bitcoin estava em U$ $15.000, os mineradores poderão fazer isso mesmo com metade dos bitcoins minerados a US$ 70.000.
Além do impacto nos mineradores, o crescimento dos fundos negociados em bolsa (ETFs) do Bitcoin é algo notável. Os ativos gerenciados por esses ETFs atingiram US$ 58 bilhões desde o início das negociações em 11 de janeiro. Esse crescimento supera os ETFs de ouro baseados em local físico, levando apenas 57 dias para ultrapassar $50 bilhões em ativos sob gestão (AUM), um feito que levou os ETFs de ouro mais de cinco anos. O Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), o maior ETF de Bitcoin baseado em local físico por ativos, gerenciava mais de US$ 28 bilhões antes de sua conversão de um fundo fechado para um ETF.
O minerador acredita que a volatilidade contínua no preço do Bitcoin, juntamente com a queda na última semana, destaca a natureza dinâmica do mercado de criptomoedas. Enquanto o Bitcoin caiu 13,7% na última semana, o Ethereum caiu 20%. Essas flutuações mostram o quão importante é a adaptabilidade e o planejamento estratégico, tanto para os mineradores, quanto para os investidores no espaço das criptomoedas.
“Em suma, o próximo halving do Bitcoin nos traz desafios, especialmente para os mineradores menos eficientes, enquanto empresas maiores com infraestrutura robusta estão mais bem posicionadas para se adaptar. A lucratividade depende de diversos fatores, incluindo o preço do Bitcoin após o halving. Além disso, o crescimento dos ETFs do Bitcoin reflete um crescente interesse e investimento em criptomoedas, o que está remodelando o cenário dos mercados financeiros tradicionais.” Finaliza Fábio.
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