O primeiro trimestre desde o quarto halving do Bitcoin, em 19 de abril, foi concluído. O preço da principal criptomoeda do nosso ecossistema esteve em um processo de teste de suportes e resistências durante esses 91 dias, embora no período geral não tenha apresentado mudanças significativas: começou 19/4 a 63.480 USD e fechou o dia 16/7 a 65.050 USD, em uma variação próxima a +2,5%.
No entanto, Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, destaca que durante os três meses, essa lateralização permitiu que os traders continuassem a obter resultados positivos, já que houve uma variação de quase 40% no período, com baixas próximas a US$ 53.000 e picos de quase US$ 72.000. Inclusive, o Bitcoin chegou perto de romper sua máxima histórica várias vezes – um ATH que foi renovado no início deste ano, apenas cinco semanas antes do halving, em 14/3, quando o BTC atingiu US$ 73.700.
Halving e ETFs: uma história de oferta e demanda
O halving reduziu novamente a taxa de emissão de novos Bitcoins, fazendo com que a recompensa para os mineradores passasse de 6,25 BTC por bloco minerado, como vinha ocorrendo desde 2020, para os atuais 3,125 BTC por bloco. E como a única maneira de emitir Bitcoins é pagando esses incentivos à mineração, o que acabou acontecendo foi uma redução drástica na oferta de novos Bitcoins: passou-se a minerar entre 900 a 1.200, dependendo do dia, para entre 500 e 600 por dia. Isso também prolonga o tempo que levará para concluir a mineração de todo o suprimento completo de Bitcoins, de 21 milhões: pouco mais de 19,72 milhões foram minerados, cerca de 94% do total supply.
“Desde o início do ano, essa crise de oferta vem contrastando com a crescente demanda individual, corporativa e até mesmo governamental por Bitcoins. A aprovação dos ETFs à vista em 10 de janeiro nos Estados Unidos e depois em Hong Kong, se somou à expectativa pelo halving e ao próprio evento do halving para alimentar o crescimento do mercado. A ponto de, durante a primeira metade do ano, ter sido registrado um crescimento de cerca de 50% no preço do Bitcoin e do Ethereum, consolidando uma tendência que havia começado em 2023.” Comenta Sebastián.
Consolidação de tendências com lateralização de preços
O quadro completo mostra que o Bitcoin abriu 1º de janeiro de 2023 a US$ 16.600 por unidade e, em 15 meses, em 14 de março de 2024, atingiu uma nova máxima histórica de US$ 74.000. Durante o período, seu preço aumentou 345%.
O CEO explica que, depois disso, vieram quatro meses de correções, oscilações e lateralizações, com o halving no meio. Nesse intervalo, o BTC operou geralmente na faixa entre US$ 60.000 e US$ 70.000, com alguns dias saindo dessa faixa para cair para US$ 53.000 ou subir para US$ 72.000.
Durante esses 91 dias, o preço médio ficou em torno de US$ 63.000, com variações de não mais que 16% acima ou abaixo desse valor. Essas são mudanças consideráveis, mas ocorrem em um cenário de suporte e resistência que permaneceu dentro de certos parâmetros por semanas e meses.
“Outra característica desse momento foi a lateralização e a busca por rendimentos em outros tipos de criptomoedas e tokens, como o próprio ETH, da Ethereum, o SOL, da Solana, ou algumas das notáveis Memecoins, que também vêm marcando o pulso desse ciclo, como PEPE, WIF, MOG ou RETARDIO.” Continua ele.
O intervalo de 100 dias
O halving de 2024 e seu ciclo têm características únicas. O ATH, por enquanto, foi anterior a esse evento. Desta vez, além disso, há os ETFs à vista de BTC e ETH, que tiveram uma recuperação em 2023 e uma alta em 2024 – quase equivalentes à do próprio Bitcoin. A Solana também ganhou impulso graças às suas altcoins baseadas em memes, comunidades e coleções NFT. A adoção institucional está em níveis inéditos, com estados e grandes corporações comprando BTC. E a própria blockchain do Bitcoin agora tem outras atrações paralelas ao BTC, como Ordinals e Runes.
No entanto, o preço não parece ter disparado ainda, ou pelo menos não como o FOMO pré halving poderia levar os desavisados a supor.
“De fato, se observarmos os ciclos anteriores do halving, nos casos de 2016 e 2020 – que são os mais representativos, porque em 2012 o ecossistema era muito incipiente – houve uma janela de 50 a 100 dias, geralmente dois meses e meio ou três, em que o preço oscilou e houve uma lateralização que, no caso de 2024, também corresponde ao que aconteceu nos ciclos anteriores.” Destaca Sebastián.
Ele afirma que antes de divulgar qualquer outro dado, precisamos reforçar que é impossível garantir um aumento no preço do Bitcoin após um halving. Na verdade, é muito difícil ter certeza do comportamento do mercado de qualquer criptomoeda a qualquer momento. Portanto, embora possa ser útil usar dados e ferramentas de comparação, isso não significa que o resultado será o mesmo.
Por enquanto, a experiência anterior mostra que, logo após o halving, há alguns meses de lateralização e, depois de 100 dias, o preço começa a decolar e atinge máximas cerca de um ano após o fenômeno.
O que aconteceu três meses após os halvings anteriores
– Primeiro halving: 28/11/2012, a recompensa passa de 50 para 25 BTC
Em seu primeiro halving, o Bitcoin era uma novidade absoluta e estava fora do radar do público em geral. Seu preço naquele dia era de cerca de US$ 12. Em três meses, já estava em US$ 31 (+158%). Logo em seguida, acelerou e, no quarto mês, quase triplicou: abriu março de 2012 em 33,4 USD e fechou em 93 USD, para continuar crescendo até encerrar o primeiro semestre pós halving em 130 USD, uma expansão de 1080% desde 28/11. Um ano depois, em 29 de novembro de 2013, ele atingiu o seu máximo no ciclo, depois que seu preço subiu de 211,2 USD para 1.205 USD em um mês, marcando +470% para esse mês e +10.000% para o primeiro ano pós halving. Após o pico, durante 2014, ele foi esfriando e chegou ao final do ano em um bear market já declarado que começaria a despertar no final de 2015.
– Segundo halving: 9/7/2016, a recompensa passa de 25 para 12,5 BTC
O Bitcoin chegou ao seu segundo halving a cerca de US$ 660, -45% em relação à máxima de 2013. Três meses depois, seu preço recuou para US$ 618 (-6% desde o halving). No entanto, seis meses após o halving, o preço chegaria a US$ 900 (+36%) e, apenas um ano e alguns dias após a segunda redução na recompensa de mineração, em 20 de julho de 2017, o Bitcoin atingiu um novo ATH de US$ 2.830, um aumento de 330% desde julho de 2016. No mês seguinte, em agosto, seu valor quase dobrou, indo para 4.735 USD, e, em dezembro, teve uma última recuperação importante para atingir os cinco dígitos pela primeira vez e um pico agora definitivo para esse ciclo, que foi o ATH de 16.600 USD em 20/12, um ano e meio após o halving. Assim como em 2012, pouco depois, o mercado começou a esfriar.
No segundo semestre de 2018, tudo caiu, mês após mês, até chegar perto dos US$ 3.400 em fevereiro de 2019. No entanto, o desenvolvimento desse primeiro semestre de 2019 marcaria uma recuperação e retorno aos cinco dígitos, chegando a US$ 10.800 no final de junho.
– Terceiro halving: 11/5/2020, a recompensa cai de 12,5 para 6,25 BTC
O terceiro halving ocorreu em 11 de maio de 2020, com o BTC oscilando em torno de US$ 8.700 (-48% em relação ao ATH do Natal de 2017). Aos três meses, estava sendo vendido a cerca de 11.900 USD (+37% desde o halving). Do quarto mês em diante, como em 2012 e 2016, o crescimento se tornaria mais acentuado. Entre outubro e dezembro de 2020, o valor passou de US$ 10.800 para US$ 29.000 (+169% nesse trimestre). Em fevereiro de 2021, ele passou de 33.100 USD para 45.200 USD (+37% mensal) e em março continuou para 58.800 USD (+30% mensal). Em maio de 2021, diferentemente dos halving anteriores, passou o mês de aniversário do terceiro halving oscilando em torno de uma queda significativa, de US$ 57.700 para US$ 37.300 (-35% ao mês). No entanto, em outubro, novamente um ano e meio após o halving, ele havia se recuperado para US$ 61.300, marcando um aumento de 600% desde o halving. Em 2022, outro bear market chegou e, em novembro daquele ano, foi atingido o último piso até o momento, de 15.500 USD. O ATH antes do quarto halving foi o já mencionado: 14 de março de 2024, quando o Bitcoin atingiu 73.750 USD (+870% desde o halving de 2020).
O que esperar após o halving de 2024
No médio prazo, as análises sugerem que o efeito bola de neve da combinação do halving + ETF e o choque crítico entre a diminuição da oferta e o aumento da demanda levarão os preços a uma faixa entre US$ 100.000 e US$ 175.000 de hoje até meados de 2025. As estimativas mais ousadas chegam até mesmo a US$ 400.000. Os relatórios da QCP Capital e da Bitfinex, que tendem a ser referências no setor, apontam para essas marcas. E a experiência de halvings anteriores também mostra que uma nova fase bull market se destaca entre três a alguns meses após cada um deles, que pode durar até um ano ou um ano e meio após a redução da recompensa de mineração.
Para Sebastián, ao analisar 15 anos de história, o Bitcoin sempre mostrou uma trajetória ascendente geral, a ponto de, a cada halving, a criptomoeda acrescentar outro dígito ao seu preço. Em 2012, era de 12 USD, em 2016, cerca de 660 USD, em 2020, cerca de 8.700 USD e, no último, em abril deste ano, pouco mais de 62.000 USD. A médio e longo prazo, há estimativas que colocam o preço do BTC em US$ 100.000 até o final deste ano, e entre US$ 175.000 e US$ 400.000 até o final do ciclo bullish relacionado a esse quarto halving, que , se a regra se mantiver, será em meados ou no final de 2025.
“De qualquer forma, a questão continua sendo quanto tempo levará para o Bitcoin atingir o precioso sexto dígito em seu preço.” Finaliza o CEO.
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