Ao todo, 9,2% da população brasileira, ou seja, 14 milhões de vítimas, tiveram o celular roubado ou furtado nos últimos 12 meses, segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Os crimes renderam um prejuízo estimado à população de cerca de R$ 22 billhões considerando apenas o aparelho, que tem valor médio de R$ 1,5 mil. Isso sem contar os impactos financeiros dos golpes digitais, como PIX, boletos falsos, cartão de crédito e maquininha adulterada, entre outros. A pesquisa mostra também que os crimes se concentram nas capitais, onde 15% relatam já ter sido vítimas contra 6% das vítimas que moram no interior.
O cenário é estrutural e com uma volumetria financeira extensa. Dados os indicadores e tendo em vista que todos nós podemos ser vítimas, os órgãos públicos deveriam dar uma atenção exclusiva para mitigar esse tipo de ação criminosa que segue em crescimento exponencial.
O problema também esbarra em burocracias jurídicas e falta de investimentos em tecnologias. Tanto o Banco Central como as instituições financeiras precisam se envolver neste tema. No passado, portas seguras foram instituídas nas agências, mas agora estamos vivendo um problema de crime digital, que só não é mais rentável que o tráfico de drogas.
Além disso, em breve, com a criação dos SuperApps bancários, que vai funcionar como um marketplace de produtos financeiros, todo esse problema crescerá, pois tudo estará integrado e com acesso mais ampliado aos serviços bancários. Vemos um sistema financeiro avançado, uma legislação que não abrange as questões de fraude e a criminalidade crescendo. O caminho é investir em tecnologia, inteligência e integração de dados.
Diante desse cenário alarmante, abaixo seguem sete dicas para o cidadão se proteger desse tipo de crime.
- Restringir aplicativos de bancos no celular – fazer movimentações financeiras no celular é uma facilidade que já faz parte do dia a dia dos brasileiros e evita idas às agências bancárias. Para evitar que criminosos tenham acesso às informações em caso de roubo ou furto do aparelho, o ideal é instalar um aplicativo financeiro para que seja utilizado no dia a dia, com limites reduzidos, deixando as demais transações para serem realizadas em local seguro, como num segundo aparelho.
- Não utilizar o celular quando estiver em locais públicos – seja andando na rua, em transportes públicos ou espaços com grande concentração de pessoas, evite pegar o aparelho. Esses espaços se tornaram focos dos criminosos pela facilidade de ação e dispersão. Um modus operandi muito comum são os criminosos que furtam suas vítimas enquanto caminham de bicicleta por calçadas de vias movimentadas, como a Avenida Paulista, em São Paulo. A dica é entrar num estabelecimento se quiser usar o aparelho.
- Não salvar senhas no celular – esse tópico é um capítulo à parte e merece destaque. Embora a tecnologia esteja cada vez mais avançada, fornecendo recursos para lembrar senhas, essa não é uma ação recomendada para aplicativos e portais críticos, como os dos bancos e das corretoras. Isso porque, ao ter seu aparelho celular roubado ou furtado, os criminosos terão acesso fácil a informações financeiras, agindo rapidamente para esvaziar contas e realizar fraudes.
Vale lembrar também que não é sensato salvar senhas, documentos ou cartões de crédito em qualquer parte do celular, como bloco de notas, galeria de fotos e aplicativos de mensagens instantâneas. Outra orientação é não deixar o cartão de crédito registrado em aplicativos de contas, sendo o ideal usar a opção de cartão virtual ao realizar compras. Além disso, use senhas diferentes para cada aplicativo, principalmente os bancários, e sempre que acessar o banco, abra-o sempre usando agência e conta.
Importante: não utilize o desbloqueio por reconhecimento facial para aplicativos de bancos e corretoras e sempre proteja os aplicativos críticos com MFA (Autenticação Multifator). Desta maneira, eles somente serão acessados com senha e um código gerado por um token, o qual o criminoso não terá acesso, evitando, desta forma, que a senha seja descoberta.
- Aplique configurações no celular: tenha o IMEI (número de série do dispositivo) anotado em um local seguro, ou seja, fora do dispositivo. Para descobrir o número, digite *#06# no teclado do celular. Caso o aparelho seja roubado, nenhum chip funcionará no aparelho.
Proteja seu celular ativando os códigos PIN e PUK do chip SIM. Ao ativar o código SIM, ele será solicitado quando o celular for reiniciado e nenhuma função do aparelho será ativada caso o código esteja incorreto. E se o criminoso tentar adivinhar e errar o código por três vezes, o aparelho será bloqueado. Então, para desbloqueá-lo será necessário informar o código PUK. Configure o apagamento remoto do dispositivo.
- Seguro contra roubo ou furto do smartphone – 79% dos entrevistados da pesquisa informaram que não possuem seguro contra roubo ou furto do smartphone. A recomendação é que seja realizado o seguro para se proteger financeiramente contra esse delito. Além disso, há instituições bancárias que oferecem seguro contra prejuízos financeiros decorrentes de roubo ou furto.
- Instalar o aplicativo do governo – Celular Seguro BR, o aplicativo do governo, permite aos cidadãos comunicar de forma eficiente e ágil as ocorrências de roubos e furtos de celulares, contribuindo para a redução desses crimes no Brasil e aprimorando a segurança da população.
- Em caso de roubo ou furto – mesmo que as recomendações acima não tenham sido aplicadas, é possível minimizar os riscos financeiros em caso de roubo ou furto do aparelho. O primeiro passo é informar ao Celular Seguro, que está conectado aos principais bancos e operadoras de telefone. Em seguida, fazer o apagamento remoto do dispositivo e, na sequência, registrar um boletim de ocorrência.
*Ellen Pompeu é diretora-executiva da ICTS Security, consultoria reconhecida pela excelência em inteligência e gestão integrada de segurança.
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