Auditoria do TCU expõe fragilidades na segurança de órgãos públicos federais
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o Tribunal de Contas da União (TCU) trouxeram à tona uma preocupante realidade: os órgãos públicos federais enfrentam graves falhas na segurança cibernética, deixando informações sensíveis expostas a ataques que crescem em número e sofisticação.
Entre 2023 e 2024, o total de ataques cibernéticos contra órgãos federais aumentou significativamente. Apenas 14% desses órgãos implementaram mais de 70% das medidas de segurança recomendadas, segundo a auditoria do TCU.
Principais fragilidades detectadas:
- Falta de programas de antivírus eficientes;
- Baixa adoção de processos de notificação de incidentes;
- Insuficiência na criptografia de dados, especialmente em dispositivos finais;
- Pouca capacitação dos servidores para lidar com ameaças, como phishing e ransomware.
O papel da engenharia social nos ataques
O especialista em crimes digitais, Wanderson Castilho, destaca que a maior parte das vulnerabilidades vem da falta de treinamento adequado para os servidores públicos. Ele alerta sobre o impacto da engenharia social, uma técnica usada por criminosos para manipular pessoas e acessar informações confidenciais:
“Nunca devemos subestimar o poder de persuasão dos criminosos. Eles exploram falhas humanas que podem comprometer sistemas inteiros”, afirma Castilho.
O impacto das novas tecnologias na cibersegurança
Com o avanço da inteligência artificial (IA), novas ameaças emergem, tornando ainda mais desafiador proteger os sistemas governamentais. Segundo Castilho, o segredo está em antecipar possíveis vulnerabilidades:
“Mesmo com atenção e cuidado, sempre surgem ataques inéditos em momentos de evolução tecnológica.”
Iniciativas para mitigar riscos
Apesar do cenário alarmante, o governo tem tomado medidas:
- O Ministério da Gestão e da Inovação reportou um aumento de 18% na maturidade em segurança da informação entre os órgãos públicos.
- O Programa de Privacidade e Segurança da Informação (PPSI) foi fortalecido.
- Lançamento do Centro de Excelência em Privacidade e Segurança da Informação (CEPS GOV.BR) para capacitar servidores e implementar uma cultura de segurança.
Wanderson Castilho conclui:
“Estamos em um momento crítico. Sem políticas eficazes, treinamento contínuo e tecnologias modernas, continuaremos vulneráveis. A cibersegurança deve ser prioridade estratégica para proteger a soberania nacional.”
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