– por Israel Buzaym, Country Manager da Bybit
O Irã anunciou recentemente a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz, região estratégica por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no mundo. A simples ameaça já foi suficiente para acender o alerta nos mercados internacionais, dado o potencial impacto nos preços da commodity e, consequentemente, na inflação global.
Em cenários como esse, o efeito costuma ser direto: com a alta do petróleo, aumenta o custo do transporte, da produção industrial e dos alimentos, pressionando o índice de preços ao consumidor. O Brasil, com sua histórica vulnerabilidade cambial e fiscal, tende a sentir ainda mais os reflexos desse tipo de crise, com alta no custo de vida e novos desafios para o poder de compra da população.
O Estreito de Ormuz, localizado entre o Irã e Omã, é um gargalo essencial para o fornecimento de petróleo e gás natural, principalmente para países da Ásia, Europa e Américas. Um bloqueio ou restrição no tráfego dessa rota pode gerar volatilidade nos mercados e acelerar movimentos de aversão ao risco.
Stablecoins e Bitcoin entram no radar dos investidores
Com esse cenário no horizonte, cresce entre brasileiros o interesse por ativos que possam funcionar como proteção — ou ao menos como alternativa de defesa — diante da alta da inflação e da desvalorização cambial. As stablecoins, criptomoedas pareadas ao dólar e outras moedas fiduciárias, já são vistas por muitos como uma alternativa imediata para preservar o poder de compra em momentos de instabilidade, justamente por não apresentarem volatilidade.
Já o Bitcoin volta ao centro do debate, mas com um comportamento que precisa ser analisado com cautela. Por ser um ativo escasso, o BTC tende a se valorizar em ambientes de inflação e impressão excessiva de moeda. Porém, no curto prazo, a volatilidade é inevitável, principalmente diante de rumores, boatos e manchetes negativas — algo que vimos claramente nos últimos dias. As altcoins, de forma ainda mais acentuada, sofrem quedas bruscas nesses momentos de incerteza.
A reação do mercado ao recente anúncio de cessar-fogo envolvendo o Irã ilustra bem esse movimento. Antes da trégua, o Bitcoin caiu com o aumento das tensões; logo após a sinalização de estabilidade, o preço se recuperou de forma rápida e expressiva. Ou seja, o cessar-fogo traz alívio momentâneo, mas não elimina o risco estrutural da região, nem os impactos mais amplos na inflação e no sistema financeiro global.
Crises geopolíticas e choques em commodities historicamente levam os governos a adotar políticas de estímulo econômico, muitas vezes com aumento da base monetária, o que contribui para o enfraquecimento das moedas fiduciárias. Nesse contexto, o Bitcoin, com sua oferta limitada a 21 milhões de unidades, se destaca como uma alternativa para investidores que buscam proteger seu patrimônio da corrosão inflacionária no médio e longo prazo.
A evolução desse cenário depende dos desdobramentos no Oriente Médio, mas o movimento de parte dos investidores em direção a ativos digitais e instrumentos dolarizados já é perceptível. Num ambiente de incerteza e alta nos preços, proteger o poder de compra pode ser uma questão de necessidade — e não apenas de estratégia.
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