O preço do Bitcoin caiu abaixo de US$114 mil nesta sexta-feira (1), apenas um dia após atingir o maior fechamento mensal de sua história, em US$115.750. A queda repentina acionou mais de US$713 milhões em liquidações de posições long, principalmente em grandes exchanges como Binance e OKX.
Esse movimento de correção se intensificou em poucas horas, atingindo até US$320 milhões liquidados em uma única hora, incluindo uma posição isolada de US$201 milhões. A liquidez evaporou rapidamente, afetando não só o BTC, mas também Ethereum, Solana e Dogecoin, que registraram quedas entre 4% e 7%.
Contexto macroeconômico pressiona o mercado
O gatilho para o colapso técnico foi uma nova proposta tarifária dos Estados Unidos, que gerou tensão nos mercados globais. Embora o último relatório de inflação tenha mostrado desaceleração, o mercado reagiu de forma defensiva. Como resultado, traders realizaram lucros e protegeram capital, o que aumentou ainda mais a pressão vendedora.
Além disso, indicadores técnicos acenderam alertas. O Coinbase Premium — que mede a demanda por BTC nos EUA — virou negativo pela primeira vez em dois meses, sinalizando menor apetite institucional. Simultaneamente, o open interest na CME caiu 13% desde julho, enquanto a inclinação das opções de 30 dias passou de +3% para -1,5%, indicando maior busca por proteção contra quedas.
Mineradores e holders realizaram lucros
Os mineradores também colaboraram com o cenário pessimista. Após o topo recente, venderam cerca de 15.000 BTC, aproveitando o preço elevado. No mesmo período, grandes investidores realizaram entre US$6 a US$8 bilhões em lucros.
Por outro lado, a estrutura de mercado não demonstra fraqueza permanente. Segundo analistas, a liquidação pode representar uma reacomodação saudável, já que o preço ainda está bem acima do suporte psicológico de US$100 mil.
Instituições seguem comprando agressivamente
Apesar da turbulência, o interesse institucional por Bitcoin segue firme. A gigante japonesa Metaplanet anunciou planos para levantar US$3,7 bilhões com ações preferenciais e aumentar suas reservas para 210.000 BTC até 2027 — um aumento de mais de 12 vezes em relação aos seus atuais 17.132 BTC.
Enquanto isso, outras empresas também intensificaram compras. A Strategy adquiriu US$2,5 bilhões em BTC nesta semana, e a MARA Holdings emitiu notas conversíveis de US$950 milhões para alocar em Bitcoin. A capitalização total das empresas públicas que mantêm BTC já ultrapassa US$100 bilhões, e novas adesões ao setor ocorrem quase semanalmente.
Oportunidade ou sinal de alerta?
No curto prazo, analistas observam que essa correção pode abrir pontos de entrada estratégicos para grandes players. A narrativa institucional, aliada à escassez gerada pelo halving e à consolidação dos ETFs spot, segue sustentando o mercado mesmo em momentos de volatilidade.
Ainda que o susto tenha sido grande, o cenário de médio e longo prazo permanece promissor. Afinal, a confiança dos grandes investidores continua intacta — e isso pode ser o verdadeiro termômetro para o futuro do Bitcoin.
Isenção de responsabilidade: As opiniões, bem como todas as informações compartilhadas nesta análise de preços ou artigos mencionando projetos, são publicadas de boa fé. Os leitores deverão fazer sua própria pesquisa e diligência. Qualquer ação tomada pelo leitor é prejudicial para sua conta e risco. O Bitcoin Block não será responsável por qualquer perda ou dano direto ou indireto.