Por Ilan Furman, CIO da Bridgewise
Investir na América Latina continua sendo um esforço complexo. Embora a região tenha um potencial significativo, frequentemente esse potencial é ofuscado pela incerteza política, por narrativas top-down e pela volatilidade do mercado, que distorcem a precificação dos ativos. Nesse contexto, a Inteligência Artificial se torna uma aliada crucial — trazendo objetividade, cortando o ruído e tornando os insights de investimento de alta qualidade mais acessíveis e transparentes. A IA não é pró-Lula nem pró-Milei, não espalha rumores nem defende seus próprios interesses. Ela oferece uma análise objetiva.
Há mais de duas décadas sou um investidor ativo nos mercados de capitais da América Latina. Atuando como gestor de fundos globais de mercados emergentes (Columbia Threadneedle, Pictet Asset Management), tive a oportunidade de conhecer e investir em empresas que lideraram a adoção de tecnologia e fintechs na região, como XP, Nu Bank, Pagseguro, Stone, BTG Digital, Banco Inter, Totvs e Mercado Libre. Testemunhei de perto o poder da tecnologia financeira — quando bem aplicada às realidades complexas — de transformar vidas por meio da inclusão no sistema. Com essa convicção, ao me tornar investidor na Bridgewise, sugeri direcionar o foco da empresa para o Brasil. Em minha opinião, poucos mercados no mundo, especialmente no contexto de adoção acelerada de fintechs, oferecem tal combinação de profundidade, desafio e potencial.
Um dos exemplos mais claros dessa dinâmica é o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos criado por um Banco Central brasileiro independente e tecnicamente competente. Em 2024, o Pix já havia processado mais de 63 bilhões de transações, sendo utilizado por mais de 96% dos adultos e 84% das empresas. Ele não apenas revolucionou os pagamentos, mas também acelerou a digitalização financeira da população, reduzindo a participação do dinheiro em espécie nas transações de mais de 70% em 2019 para apenas 22% em 2024. Ao reduzir custos e simplificar o acesso, o Pix permitiu que dezenas de milhões de brasileiros ingressassem no sistema financeiro formal. Sua próxima expansão, com os pagamentos recorrentes via “Pix Automático”, ampliará ainda mais a inclusão de quem não possui cartão de crédito.
A adoção de fintechs na América Latina apresenta fortes tendências de crescimento secular, lideradas por empresas com fundamentos sólidos e oportunidades promissoras. Combinando dados macroeconômicos e fundamentos de empresas, é possível treinar modelos de IA para gerar análises automatizadas, rastreáveis e em conformidade com as regulamentações locais. A IA pode expandir significativamente a capacidade de equipes de análise locais e alcançar conclusões mais precisas ao comparar empresas latino-americanas com suas equivalentes globais, oferecendo uma visão mais justa e contextualizada. Por exemplo, comparar XP, Nu Bank e Mercado Libre não com o setor bancário local, mas com plataformas paralelas globais como Interactive Brokers e Robinhood.
Essa perspectiva é especialmente relevante em uma região onde fatores externos ao desempenho das empresas frequentemente pesam mais do que deveriam. Volatilidade cambial, ruído institucional e crises de confiança acabam se traduzindo em prêmios de risco que distorcem o valor real dos ativos.
É justamente nesse ponto que a tecnologia prova seu valor. Assim como os pagamentos digitais e os bancos online democratizaram o acesso a serviços financeiros antes caros ou exclusivos, a IA especializada — regulada e adaptada ao mercado de investimentos — está agora democratizando o acesso a pesquisas de qualidade. Na prática, isso significa que investidores de qualquer perfil, mesmo sem formação técnica, podem compreender o raciocínio por trás das recomendações de investimento. A IA entrega essas informações de forma personalizada, por meio do mesmo banco, corretora ou plataforma fintech que o investidor já utiliza. Em vez de relatórios densos e técnicos, o investidor recebe insights claros e acessíveis, em sua própria língua e adaptados ao seu perfil. Ao fazer isso, a IA elimina barreiras de custo, linguagem e conhecimento técnico, transformando dados complexos em decisões práticas tanto para grandes instituições quanto para investidores individuais.
Na última década, a base de investidores de varejo no Brasil cresceu de menos de 600 mil para mais de 5 milhões. Esse crescimento é um bom indicativo do sucesso de iniciativas que reduziram as barreiras de entrada. No entanto, a penetração dos investimentos em mercado de capitais ainda é baixa.
A tendência segue relevante. No segundo trimestre de 2025, os ativos sob custódia também cresceram, de R$ 552,3 bilhões para R$ 588,3 bilhões (um aumento de 7%). Em renda fixa, o número de CPFs cadastrados ultrapassou 100 milhões, 20% a mais do que no mesmo trimestre de 2024, totalizando R$ 2,8 trilhões sob custódia (crescimento de 23%).
Esse avanço demonstra a vitalidade do mercado brasileiro, mas também aumenta a responsabilidade de oferecer informações claras e confiáveis a um público cada vez mais diverso. A tecnologia não elimina riscos, mas oferece clareza e melhores ferramentas de “navegação” em meio à volatilidade por vezes caótica do mercado. Em um cenário de constante ruído top-down, a objetividade da IA é um ativo valioso para quem deseja tomar decisões baseadas em dados.
A América Latina continuará sendo desafiadora. Mas para quem sabe enxergar além da superfície, com as ferramentas certas e informações qualificadas, as oportunidades parecem bastante atraentes sob uma ótica de risco e retorno.
Sobre a BridgeWise
A BridgeWise é líder global em inteligência artificial para investimentos, transformando a forma como investidores e instituições acessam e utilizam informações financeiras. Sua IA proprietária, transparente e em conformidade regulatória, oferece análises de ações e fundos, ferramentas multilíngues e até assistente conversacional especializado em investimentos, com taxa de erro quase nula e recomendações rastreáveis. A empresa atende mais de 50 clientes institucionais e 25 milhões de usuários finais, em mais de 15 países e 20 idiomas, com cobertura de 90% das ações listadas no mundo e mais de 145 bilhões de dados históricos processados. Com presença global e escritórios em Israel, Brasil, Japão, Reino Unido, Tailândia e Dubai, a BridgeWise é parceira de instituições como Japan Exchange Group, SIX Swiss Exchange, B3, eToro, TASE, Rakuten Securities e Interactive Brokers. No Brasil, opera de forma regulada, com equipe sênior e soluções adaptadas ao mercado local, reforçando sua missão de democratizar o acesso à inteligência financeira no país e no mundo.
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