Análise do Mercado de Bitcoin
O Bitcoin (BTC) atingiu recentemente uma nova máxima histórica, ultrapassando os US$ 111.880. Após essa forte valorização, entrou em uma fase de consolidação considerada saudável.
Esse momento é marcado por fortes aportes em ETFs e aumento na participação do mercado à vista, o que impulsiona uma demanda estrutural — e não apenas movimentos especulativos. O Bitcoin tem demonstrado resiliência ao absorver o excesso de alavancagem e a realização de lucros, mesmo em meio ao retorno da aversão ao risco no cenário macroeconômico global.
Com os ganhos acumulados, a realização de lucros é natural. Nos últimos 30 dias, os detentores de curto prazo (Short-Term Holders ou STHs) realizaram um lucro acumulado de US$ 11,4 bilhões — um salto significativo em relação ao período anterior.
Esse volume elevado de lucros realizados pode indicar um excedente de oferta no curto prazo. O indicador “Short-Term Holder Realised Profit/Loss Ratio” atingiu níveis observados em apenas 8% de todos os dias de negociação do Bitcoin, evidenciando que os lucros obtidos pelos investidores mais recentes superam amplamente as perdas — o que transforma a pressão de alta em fluxo de venda. Historicamente, esse tipo de movimento costuma ocorrer nas fases finais de grandes ralis, sinalizando um possível descompasso entre realização de lucros e nova demanda.
A capacidade do Bitcoin de se manter consolidado acima do custo médio de aquisição dos detentores de curto prazo — atualmente em torno de US$ 95.164 — é vista como um fator-chave para a continuidade do movimento de alta.
Esse comportamento reforça o papel cada vez mais claro do Bitcoin como um ativo sensível ao cenário macroeconômico e guiado por convicção de longo prazo, acompanhando mais de perto os fluxos globais de liquidez. Indicadores como a força da demanda por ETFs, baixa volatilidade e prêmios no mercado à vista sugerem que o mercado está amadurecendo e pode retomar a tendência de alta em breve.
Cenário Macroeconômico dos EUA
A economia dos Estados Unidos entra em um período de maior volatilidade financeira, resultado de uma combinação de fatores: rebaixamento da nota de crédito soberana, expansão fiscal agressiva e possíveis tarifas comerciais. Esses elementos abalam a confiança dos investidores e fazem disparar os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de longo prazo.
As taxas dos títulos de 10 e 30 anos já ultrapassaram 4,5% e 5%, respectivamente. Esses rendimentos elevados refletem a desconfiança em relação à disciplina fiscal dos EUA e o aumento das expectativas inflacionárias.
A curva de juros do Tesouro americano está se inclinando — especialmente o spread entre os papéis de 30 e 10 anos (30Y/10Y). Diferente de ciclos anteriores, quando essa inclinação indicava otimismo com o crescimento, o movimento atual é impulsionado por preocupações estruturais, como o excesso fiscal, incertezas políticas e projeções de inflação mais persistente.
O mercado de renda fixa já precifica uma nova era de juros altos e maior volatilidade, apontando uma mudança estrutural na forma como o risco é avaliado — especialmente o risco de duração. O dólar americano também mostra sinais de enfraquecimento frente às moedas do G-10, em parte por esses fatores e pela expectativa de uma rotação de investidores para fora dos ativos denominados em dólar.
Os indicadores econômicos do país estão mistos. O mercado de trabalho segue robusto, com pedidos iniciais de seguro-desemprego em níveis baixos e empregadores demonstrando resistência em demitir (“labour hoarding”). No entanto, a recolocação profissional está mais difícil, e a mediana da duração do desemprego aumentou. Essa estabilidade no emprego dá algum espaço para o Federal Reserve manter os juros inalterados.
Já o setor imobiliário apresenta sinais claros de desaceleração. As vendas de imóveis usados caíram, e o estoque de casas subiu para o maior nível em quatro anos (dados de abril). O principal fator é o aumento nas taxas de hipoteca, impulsionado pela queda nos preços dos títulos do Tesouro.
Notícias do Mundo Cripto
A adoção institucional do Bitcoin e os avanços regulatórios ganharam força na última semana. Diversas empresas de capital aberto ampliaram significativamente suas reservas em BTC.
Juntas, Strategy, Metaplanet, Méliuz e Semler Scientific adquiriram mais de 9.000 BTC.
- A Strategy, maior detentora corporativa de Bitcoin do mundo, comprou 7.390 BTC (cerca de US$ 765 milhões), elevando seu total em caixa para mais de 576.000 BTC — o equivalente a mais de 2,7% de toda a oferta de Bitcoin em circulação. O movimento reforça o BTC como ativo estratégico de tesouraria.
- A brasileira Méliuz adquiriu 275 BTC por US$ 28,6 milhões, consolidando sua posição como a maior empresa detentora de Bitcoin na América Latina. “A iniciativa da Méliuz marca um divisor de águas para o mercado corporativo da América Latina. Ver uma empresa listada em bolsa no Brasil adotar uma estratégia de tesouraria em Bitcoin envia uma mensagem clara ao mercado: o Bitcoin está sendo cada vez mais reconhecido como uma ferramenta legítima de planejamento financeiro de longo prazo. Esse movimento pode abrir caminho para que outras companhias no Brasil e em mercados latino-americanos como Argentina e Colômbia passem a enxergar o Bitcoin como um importante ativo de tesouraria, uma reserva de valor estratégica. Estamos entrando em uma nova era de adoção institucional mais ampla na região.
Além disso, a Méliuz demonstra que estratégias centradas em Bitcoin podem complementar instrumentos financeiros tradicionais. Todos esses fatores reforçam a visão de que o Bitcoin pode ser integrado à estrutura de capital das empresas como parte de uma estratégia financeira mais moderna e diversificada.” - Esses aportes refletem uma tendência crescente de empresas, de diferentes setores, tratarem o Bitcoin como uma reserva de valor de longo prazo.
Ainda no setor, a FIFA anunciou o desenvolvimento de sua própria blockchain baseada na rede Avalanche, para sustentar seus ativos digitais colecionáveis e projetos em Web3. A iniciativa marca uma ruptura com os parceiros anteriores — Algorand e Polygon — e busca melhorar velocidade, escalabilidade e a experiência do usuário com uma infraestrutura compatível com a Ethereum Virtual Machine (EVM).
Isenção de responsabilidade: As opiniões, bem como todas as informações compartilhadas nesta análise de preços ou artigos mencionando projetos, são publicadas de boa fé. Os leitores deverão fazer sua própria pesquisa e diligência. Qualquer ação tomada pelo leitor é prejudicial para sua conta e risco. O Bitcoin Block não será responsável por qualquer perda ou dano direto ou indireto.

Consultoria Especializada Internacional em Blockchain, Tokenização, Portfólio e muito mais. Oferecemos recursos detalhados, desde o passo a passo de carteiras até orientações sobre como montar um portfólio sólido.
Junte-se a uma comunidade de investidores dedicados e leve sua jornada de investimento ao próximo nível conosco.