A área de finanças vem se tornando um universo cada vez mais amplo e atrativo aos brasileiros. Dentre as muitas opções de investimentos, 38 milhões de pessoas se tornaram clientes do setor bancário entre janeiro de 2020 e junho de 2021 (de acordo com dados do Banco Central). Em 2021, houve crescimento de 73% dos usuários brasileiros com contas exclusivamente digitais, 44% da população brasileira utiliza serviços de fintechs, conforme estudo Global Digital Banking de 2021. Diante de tantas possibilidades, é natural que os consumidores procurem um norte para que o dinheiro renda mais.
Uma grande aposta dos Brasileiros nos últimos anos, tem sido no mercado ligado à criptomoedas. Investimentos em moedas fortes como Bitcoin e Ethereum cresceram absurdamente em 2021. Além disso, o mercado cripto também destaca investimentos ligados a NFTs (tokens não fungíveis), games blockchain e Metaverso.
É a partir disso que os influenciadores digitais de finanças se destacam. Especializados em um tema que pode parecer bastante complexo dentro de uma cultura que não está adaptada à educação financeira, e se comunicando de forma didática, essas personalidades acumulam milhões de seguidores em suas redes sociais. Já foi comprovado que a influência desses “especialistas” tem grande poder sobre novos investidores. Pensando nisso, a consultoria ILUMEO realizou pesquisa* para avaliar o impacto que esses influenciadores têm nas atitudes e comportamentos dos consumidores.
O estudo mostra que 88% dos entrevistados conhecem pelo menos um influenciador digital que produz conteúdo sobre dinheiro e finanças. Os influenciadores de finanças já nortearam o comportamento de investimento de 65% destas pessoas, e quando se fala no impacto sobre decisões de compra de produtos e serviços em geral (não só investimentos), 66% dos entrevistados afirmam que os influenciadores do segmento já influenciaram suas escolhas.
Quando o assunto é o mercado de criptomoedas, os conteúdos fornecidos pelos influenciadores precisam ser produzidos com cautela e atenção. O mercado é volátil, e ainda desconhecido por muitos. A maior parte desses influenciadores inclusive, não tem uma base adequada para opinar sobre qual o melhor momento ou qual criptoativo adquirir, fazendo com que grande parte dos usuários, percam seus investimentos por falta de experiência no mercado.
Mega influenciadores
Esse segmento cresceu nos últimos anos e os principais influenciadores digitais de finanças acumulam milhões de seguidores. Thiago Nigro (O Primo Rico) tem 6,7 milhões de seguidores no Instagram e 6,05 milhões no Youtube, Nathalia Arcuri (Canal Me Poupe) tem 3,5 milhões no Instagram e 7,27 milhões no Youtube e Bruno Perini tem 2 milhões de seguidores no Instagram e 1,15 milhão no Youtube.
Em um país com 210 milhões de adultos, esses poderiam parecer números modestos de audiência. Mas, não são. Para complementar os dados de audiência, a novidade que o estudo da ILUMEO traz é a abrangência do awareness (conhecimento) desses influenciadores para a sociedade como um todo, não só para aqueles que os seguem periodicamente. Os resultados mostram Thiago Nigro como o maior influenciador e finanças do país com 31% de awareness espontâneo. Ou seja, em campo aberto e sem estímulo de imagens, os entrevistados lembraram do nome. Ao mostrar sua foto aos participantes, a quantidade de pessoas que o reconhecem fica em 49%. Quando se estratifica a amostra entre pessoas que se interessam pelo mundo do empreendedorismo, o awareness dele é de 62%.
“São resultados que o aproximam do awareness de grandes celebridades que têm presença midiática de veículos de TV aberta”, diz Diego Senise, diretor da ILUMEO e professor de comportamento do consumidor na ECA-USP.
A segunda posição fica com Nathalia Arcuri, que teve 19% de awareness espontâneo (lembrança sem mostrar foto), 44% de awareness estimulado (lembrança ao apresentar a foto). Também foram citados os nomes de Bruno Perini, Gustavo Cerbasi, todo com menos de 4% de awareness espontâneo.
Quando se fala nos efeitos sobre o comportamento dos consumidores, os mega influenciadores se mostraram fortes referências para a tomada de decisões. 40% dos participantes que conhecem algum influenciador digital de finanças afirmaram já enviaram conteúdo produzido por eles para amigos ou familiares. Como eles falam sobre dinheiro, planejamento financeiro, geração de renda e organização dos custos da casa, o impacto desses influenciadores não se limita ao setor bancário. 66% dos pesquisados declararam que já consideraram a opinião de algum influenciador de finanças em uma decisão de compra de produtos ou serviços em geral, mesmo que não sejam ligados a investimentos.