*Por Fabiano Dias
Este ano está encerrando durante um período complicado para a economia global, consequentemente para o mercado de tecnologia, e inevitavelmente para o mercado do Bitcoin e das chamadas Criptomoedas, onde o Bitcoin é a pedra angular. A fraude perpetrada pela FTX gerou desconfiança nos investidores, e ainda mais repulsa dos Bitcoiners mais puristas, os chamados “Maximalistas”.
A queda do preço do Bitcoin e consequente diminuição do mercado segue a trilha das ações das empresas de tecnologia ao redor do mundo. Como frisou Johnny Fusinato em nossa live da Bitcoin Block de semanas atrás, a tendência é de ainda mais baixa nos preços dos ativos em 2023, com o processo de aumento de juros por parte do FED – o banco central americano – que promete um “soft landing”, ou seja, um pouso suave. Isto significa seguir subindo a taxa de juro base, mas em doses cada vez menores ao longo do ano que entra.
É importante, contudo, separar o preço do valor. Os preços dos ativos são uma consequência do mercado. Já o valor é outro papo.
Vamos começar pelo preço. O preço do Bitcoin é algo particular de cada comprador. Ao menos no caso do investidor que sabe o que está fazendo. Aquele que construiu seu Preço Médio, ou DCA (sigla para Dollar Cost Averaging, que se traduz para português BR como Fazendo Custo Médio em Dolares). É, basicamente, quanto você gastou em Reais (ou qualquer moeda que você tenha usado) dividido por quantos Bitcoins você tem. A Bitwage oferece uma calculadora rápida e fácil em dollarcostaverage.com . Usando a nossa calculadora você vai descobrir que quem começou comprou a mesma quantidade em Dólares ou em Reais desde janeiro de 2019 até hoje tem um Bitcoin que lhe custou cerca de 40% menos que o preço atual do mercado. Mesmo tendo comprado em iguais quantidades com o preço mais alto da história e hoje, na baixa.
Para quem é novo no assunto e achou o conceito complexo, eu recomendo ir ao canal do Huberto Leal no Youtube e baixar a sua planilha de Preço Médio. Arrisco dizer que é o material mais didático e simplificado de aprender como fazer Preço Médio da internet. Sem ter que aplicar nenhuma análise mais sofisticada.
E quanto ao valor?
O Bitcoin teve uma adição de valor recorde em 2022. Nunca tivemos tantas evoluções relevantes como 2022. A rede teve uma utilização recorde e manteve seu funcionamento esperado, sua criação de um bloco a cada 10 minutos, permitindo uma geração de moeda alinhada com o que foi proposto inicial descrito por Satoshi Nakamoto no seu White Paper. O Bitcoin é uma tecnologia de segurança da informação. Quanto mais o tempo passa e ele segue funcionando, mais à prova de ataque e, portanto, mais eficiente ele se torna.
A rede Lightning, a subcamada que permite transações instantâneas, chegou a maior liquidez de sua história, o que significa a maior escalabilidade já atingido pelo Bitcoin, para todo tipo de transações, Impulsionado por esta evolução algumas aplicações foram desenvolvidas, com o protocolo Taro, que permite e criação de ativos tokenizados, como Stablecoins e ações, na rede do Bitcoin. Outra solução interessante é o Impervious.ai, um navegador Web3 que permite transferência de informações e valores com o mesmo nível de velocidade, segurança e privacidade. A julgar pela tendência, este ano que inicia deve trazer ainda mais inovações e usuários. É um tempo valioso para adquirir e aprender mais sobre uma tecnologia que muitos comparam com o surgimento da internet, alguns com o da eletricidade, e outros, como Michael Saylor, a invenção da roda.
*Fabiano Dias é Diretor de Negócios Internacionais pela Bitwage, uma das pioneiras e líder do setor de criptomoedas. Trabalha com criptomoedas desde 2015 e já foi conferencista e participante dos principais eventos ao redor do Globo, com Bitconf BR, Labitconf, Decentralizar, Bitcoin & Blockchain Prague e Viva Tech Paris.