O artigo
Hoje, dia 02/01/2023, o WEF (World Economic Forum) publicou um artigo sobre o presente e futuro do mercado de criptomoedas. O artigo fala sobre o inverno cripto, que, para o autor, pode ter virado, enfim, uma “era do gelo cripto”; segundo o WEF, “talvez a era da especulação cripto permaneça congelada no gelo, dando lugar a uma explosão cambriana para o financiamento responsável (…).”
O texto compara o fim da bolha do começo dos anos 2000, quando “(…) o futuro da internet foi passado para companhias, modelos de negócio (…) mais duráveis”, com a presente situação: “talvez 2022 marque uma passagem da tecnologia e cripto e da infraestrutura blockchain para mãos mais estáveis” (grifo nosso). O artigo, mesmo assim, diz que “o acolhimento da tecnologia cripto é (…) inevitável”, e que “essa tecnologia permanece um protagonista no mundo das finanças globais.
Entretanto, diz também que “a história está cheia de exemplos de tecnologias ora boas ou neutras sendo cooptadas por agentes maus e pelos sempre presentes vícios humanos de ganância, ignorância, riscos de oportunidade ou simples criminalidade. Todos estes são amplificados pelos setores crescentes e pouco regulados e acelerados pela tecnologia.” O artigo admite também que a cripto “dá aos maus agentes poucos lugares para se esconderem” e que incidentes como o vírus WannaCry, em 2017, aconteceram usando ferramentas como o email, “e ainda assim não banimos a internet ou o email.” Porém, e aqui está o pulo do gato, “Aqui reside o enigma regulatório e político com as falhas épicas de criptografia em 2022. Os países que permitem a concorrência responsável moldarão o futuro. Criptografia e blockchains continuarão a ser partes integrantes do kit de ferramentas econômicas modernas, apesar do grande dano que essas ferramentas podem ter causado quando usadas pelas pessoas erradas.” (grifos nossos)
Resposta
Ou seja: segundo o WEF, a blockchain e toda a tecnologia cripto são, admitidamente, ótimas ferramentas — o problema é que foram “usadas pelas pessoas erradas”, e, por isso, precisamos regulá-las.
Ora, o propósito da cripto não é justamente tornar-nos anônimos, defender nossa privacidade, tirar do governo o controle sobre o nosso dinheiro? Quando é que a cripto se tornou compatível com regulamentação estatal e controle sobre seus usuários? Quando é que começamos a julgar nosso direito de livre associação e a nossa propensão à privacidade a partir de atos errados de uns poucos “maus agentes” (não especificados, aliás — pois definições vagas podem comportar qualquer projeção e qualquer viés)?
O rei e seus amigos sempre se incomodarão com a liberdade; afinal, a liberdade é a inimiga natural do poder. Onde há liberdade, onde há descentralização, é claro, o poder centralizado não pode triunfar. Onde quer que haja liberdade, há a impossibilidade de controle. Sendo livres, nos tornamos ingovernáveis — e esta é a última coisa que o estado quer.
A morte do bitcoin foi declarada centenas de vezes (literalmente).
![](http://bitcoinblock.com.br/wp-content/uploads/2023/01/bitcoin-morreu-1080x1034.jpg)
Seus usuários foram taxados de criminosos, rebeldes, traficantes de órgãos, drogas e armas, seus sistemas foram chamados de inseguros e falhos, e sua operação foi dita fraudulenta mais vezes do que podemos contar. Ainda assim, o bitcoin e a blockchain seguem vivos e crescendo, sempre prosperando, assim como o Ethereum e outras criptomoedas. A expansão na direção da descentralização da moeda continua, e os bancos centrais e governos de todo o mundo tremem frente a essa perspectiva.
A guerra cripto
Por isso o palco da “batalha cripto” se tornou a opinião pública. A amplitude do uso de um dinheiro nascido do livre mercado depende, é claro, da aceitação popular, do consenso entre as partes. Diferentemente do estado, não temos — e nem queremos ter — o poder de coagir as pessoas a usarem determinada moeda ao invés de outra. A descentralização da moeda, assim, depende unicamente da vontade das pessoas de usar um dinheiro privado, ao invés da moeda fiduciária fraudulenta.
Por isso o estado nos chama de criminosos perigosos, de bandidos e fraudulentos. Por isso eles nos atacam: pois descredibilizar a cripto é a única forma de nos parar. É isso ou pegar em armas — posto que consigam nos localizar baseados em nossas chaves públicas. A questão é uma só: nós vamos deixar que nos parem? Vamos parar frente às ameaças? Ou vamos continuar nossa jornada pacífica em busca da liberdade, da libertação da moeda, ao simplesmente exercer nosso direito de livre associação, pacificamente?
Pois é disso que se trata: liberdade. A escolha será feita dentro de cada coração, de cada mente pensante: ser gado ou ser gente, eis a questão. Como nos disse Mises, “ideias, e somente ideias, podem iluminar a escuridão“. E, baseado no ideal da liberdade, estamos hoje em meio à Revolução Satoshi. Você decide o futuro desse impasse, e é a você, indivíduo, a peça mais importante deste tabuleiro de xadrez, que eu pergunto: o que você escolherá?