A falta de mão de obra qualificada no setor de tecnologia já é uma dor antiga deste mercado. Desde 2021, com o boom de empresas e projetos em blockchain, o gap entre o número de vagas e profissionais qualificados disparou. A oferta de vagas no segmento cresceu, no ano passado, cerca de 400%. A Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom) estima que 420 mil postos de trabalho devem ser abertos até 2024.
Esse abismo entre vagas e talentos se intensifica à medida que não existem formações adequadas que preparem jovens de forma rápida e eficiente. A perspectiva é de que o Brasil leve cerca de dez anos para formar os profissionais que o setor precisará nos próximos três anos.
Foi essa necessidade que fez com que a Thetryum fosse criada, uma empresa de educação descentralizada que oferece um token educacional com o propósito de construir uma rede de cursos na Web3 focada em tecnologia, finanças e desenvolvimento pessoal.
De acordo com Catarina Mouzelo, CEO do projeto, o token também vai servir como meio de pagamento dos cursos na plataforma e, futuramente, nas instituições parceiras, que já estão sendo negociadas, o projeto prevê, ainda, cursos presenciais em Portugal e São Paulo, além de uma rede de franquias. “A Thetryum foi criada por causa da falta de mão de obra qualificada e pela dificuldade dos adolescentes conseguirem entrar nesse mercado de trabalho. Focamos nesses três pilares, pois entendemos que, neste mercado, não adianta saber programar se não tiver uma base de conhecimento financeiro e, menos ainda, se não tiver inteligência emocional para lidar com outras pessoas e com a volatilidade e as pressões desse segmento”, explica Mouzelo.
Com sede em Portugal, a Thetryum surgiu em março e planeja três frentes em seu road map: educacional plataforma de cursos bilíngue na Web3 e presenciais (inclusive gratuitos), com possibilidade de bolsas de estudos em outros países; soluções: com objetivo de entregar mão de obra qualificada para o mercado de trabalho; e serviços: com tokenização e marketing especializado para empresas e instituições que precisarão implantar a Blockchain para se adequarem a essa nova realidade. “Na frente educacional, a previsão é ter uma versão beta no segundo trimestre de 2023. O objetivo é formar profissionais capacitados em programação, principalmente Solidity (linguagem de programação de alto nível, orientada a contratos, com a síntese parecida com a de JavaScript) e Python, que o que qualquer profissional de blockchain precisa para atuar nesse mercado”, afirma a CEO.
O projeto do token está previsto para ser lançado na Pancakeswap em 7 de janeiro deste ano. O contrato Multichain será lançado inicialmente na BSC com suply de 150 milhões tokens TTY, que terão uma usabilidade na plataforma educacional, na qual os usuários podem comprar cursos da Thetryum ou de universidades parceiras. Também está previsto no projeto a venda de NFTs, que serão como cotas da empresa. “Cada cotista poderá ficar com a NFT por cinco anos e receber 20% de participação nos lucros da empresa, após esse período ele pode recomprar a NFT”, explica Catarina Mouzelo.