Recentemente, Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, o fundo mais lucrativo do mundo, argumentou que o Bitcoin não é uma forma eficiente de dinheiro.
Bitcoin, a primeira e maior criptomoeda do mundo, chamou a atenção de investidores, tecnólogos e economistas por mais de uma década.
Apesar de ser um dos ativos mais controversos e debatidos do nosso tempo, o Bitcoin continua nas manchetes e gerando discussões sobre seu potencial como moeda. Enquanto alguns o veem como uma ferramenta revolucionária para a liberdade financeira, outros o veem como uma bolha especulativa esperando para estourar.
Bitcoin: um “dinheiro ineficiente”?
Recentemente, Ray Dalio, grande personalidade no mundo financeiro, criticou de forma ácida o Bitcoin e as cripto. Em entrevista à CNBC, Dalio afirmou que o Bitcoin é “um ativo minúsculo que recebe atenção desproporcional” e que não tem lastro em nada, bem como “vale menos que 1/3 de uma ação da Microsoft”. Ele também apontou que a volatilidade do preço do Bitcoin o torna um má reserva de valor e uma ferramenta ineficiente para o comércio.
Ray Dalio: papagaio de Krugman
![A declaração de Ray Dalio ecoa do que diz Paul Krugman.](http://bitcoinblock.com.br/wp-content/uploads/2023/02/Paul-Krugman-500x500.webp)
Na imagem acima, Paul Krugman diz, em especial que
Por volta de 2005, ficará claro que o impacto da Internet sobre a economia não foi maior do que o das máquinas de Fax.
Veracidade sobre a declaração de Krugman (Ele realmente falou isso)
Bem, retomando à declaração de Ray Dalio, hoje uma ação da Microsoft vale por volta de cerca de US$264, preço que o Bitcoin já superava em 2015. Embora alguns como Paul Krugman possam dizer que este crypto winter era, em verdade, um crypto fimbulwinter, o Ragnarök não chegou para as criptos; o mercado parece cada vez mais dar sinais de recuperação geral.
Além do mais, o argumento do fimbulwinter, além de ter se baseado sobre a falência de instituições centralizadas e exchanges, mostram o desconhecimento por parte dessas grandes personalidades e influenciadores — que possuem a desculpa da idade avançada — sobre a proposta e funcionamento do Bitcoin e das criptomoedas.
Como um maximalista, é possível dizer de forma sólida: exchanges centralizadas não atendem aos propósitos do Bitcoin. São entidades centralizadas, que gerenciam saldos de usuários em carteiras próprias e servem também como terceiros que intermediam a compra e venda de criptoativos — funcionam como “bancos cripto” e, devido à atual natureza arcana do mercado, não passaram pelo devido processo de refinamento jurídico e institucional que combata fraudes e demais problemas.
A questão é: para se usar, comprar e vender Bitcoin ou demais criptos semelhantes, não é necessário entidades centralizadas. As criptos não morrem sem as exchanges, seu propósito permanece e sua possibilidade de uso também: Bitcoin é meio de troca peer-to-peer e descentralizado.
O propósito do Bitcoin, desde o Whitepaper é, manifestamente, o de servir como moeda. E não somente como moeda mas como uma moeda que atenda de melhor forma os requisitos para um meio comum de troca: fungibilidade, facilidade de armazenamento e transporte, escassez, etc.
Um dos grandes benefícios do Bitcoin é sua natureza descentralizada, o que significa que não é controlado por nenhuma entidade ou governo. Isso a torna uma forma de moeda muito mais segura e estável, pois é protegida contra os tipos de políticas monetárias que podem ter um impacto negativo nas moedas fiduciárias tradicionais, bem como elimina, por meio do código, a necessidade de confiança em um terceiro que gerencie saldos ou demais coisas do gênero.
Além disso, a oferta fixa de Bitcoin fornece um nível de escassez que falta nas moedas fiduciárias, que muitas vezes podem estar sujeitas a impressão e inflação. Essa escassez dá ao Bitcoin sua capacidade de servir de reserva de valor e, à medida que mais pessoas começam a perceber isso, considero provável que a demanda por Bitcoin continue a crescer.
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