Nos últimos dois anos, uma das maiores inovações na história da criptografia tem ocorrido, mas estranhamente, parece que poucas pessoas estão falando sobre isso. Trata-se do ecossistema Cross-Chain DeFi (Finanças Descentralizadas Interconectadas), que está se revelando como o tão aguardado elo perdido no campo da criptografia.
Para compreender a magnitude dessa revolução, é importante reconhecer que o dinheiro descentralizado necessita de finanças descentralizadas. Atualmente, o criptoespaço depende excessivamente de trocas centralizadas para a maioria das atividades financeiras, como comprar, gastar, apostar e até mesmo manter ativos criptográficos. Essa dependência cria um problema significativo, pois a premissa da criptografia é baseada na descentralização e na eliminação da necessidade de intermediários confiáveis.
Historicamente, o setor financeiro descentralizado (DeFi) tem sido predominantemente limitado a ecossistemas fechados de moedas únicas, como o Ethereum e seus tokens. Isso resultou no uso principal do DeFi como uma espécie de “cassino” para negociação e obtenção de rendimentos especulativos.
No entanto, surge a inovação do THORChain: um verdadeiro DEX (Decentralized Exchange) e DeFi nativo cross-chain. O THORChain permite a troca de ativos nativos reais sem a necessidade de intermediários confiáveis. Essa capacidade é alcançada ao enviar os ativos para um pool gerenciado pelo protocolo, utilizando informações comerciais no campo de memorando da transação. O resultado é a obtenção do ativo desejado de forma direta e eficiente, sem intermediação.
O THORChain vai além das trocas de ativos e também permite que qualquer pessoa deposite liquidez nos pools e ganhe com as negociações. Adicionalmente, através do recurso Savers, os usuários podem obter juros nativos em suas moedas sem se exporem a riscos adicionais de volatilidade. Além disso, a opção de empréstimos está prestes a ser introduzida na plataforma.
Para garantir ainda mais a segurança e redundância do ecossistema, o Maya foi lançado como um fork do THORChain. O Maya oferece uma maneira mais econômica de proteger a rede e, ao adicionar ativos diferentes, busca expandir ainda mais as possibilidades do ecossistema.
Um aspecto fundamental dessa inovação é a capacidade das interfaces permitirem que os usuários troquem ativos tanto no THORChain quanto no Maya, unindo ativos suportados entre diferentes cadeias. Isso proporciona uma experiência fluida e simplificada, onde os usuários podem trocar ativos facilmente, independentemente de estarem suportados em uma ou em ambas as plataformas.
Uma das consequências dessa revolução é a diminuição da dependência das trocas centralizadas (CEX), que se tornarão obsoletas com o tempo. Plataformas como THORChain e Maya estão permitindo que os usuários acessem serviços financeiros descentralizados sem a necessidade de um intermediário de custódia centralizado. A confiança no ecossistema criptográfico global está gradualmente sendo transferida para uma estrutura descentralizada e sem permissão.
As possibilidades desse novo paradigma são verdadeiramente infinitas. Imagine um cenário em que um comerciante é pago em qualquer ativo criptográfico e recebe automaticamente sua moeda preferencial, incluindo uma stablecoin, sem a necessidade de verificações KYC (Know Your Customer) ou intermediação por uma entidade confiável.
Enquanto algumas pessoas ainda podem não estar totalmente cientes dessa transformação, é inegável que a revolução Cross-Chain DeFi já está acontecendo. O ecossistema criptográfico global está sendo redesenhado para tornar-se mais descentralizado, inclusivo e eficiente. O futuro das finanças descentralizadas interconectadas é emocionante e promete uma nova era de liberdade financeira e autonomia para todos os indivíduos.
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