A maioria das pessoas provavelmente já ouviu falar da criptomoeda Bitcoin, talvez da Ethereum ou da tecnologia blockchain. Mas, muitas delas, ainda não se aproximaram desse universo e devem ter escutado algum mito que corre por aí. Em determinado ponto, quase todos terão contato com as criptomoedas, ou com o blockchain. Mas como desmistificar esse universo? Especialistas em blockchain da Chainalysis examinaram mais de perto sete mitos que costumam estar no boca-boca das pessoas interessadas no assunto:
- As criptomoedas são anônimas e não podem ser rastreadas.
Longe de ser anônimo, o Blockchain criou o sistema financeiro mais transparente e democrático que que já existiu até hoje, pois todas as transações são protocolados em um registro público. As transações de criptomoedas sempre foram pseudomonas (vinculadas a um endereço estático e visível publicamente), mas não são anônimas como muitos acreditam. No entanto, para monitorar efetivamente a atividade ou rastrear criminosos, é importante ter as ferramentas certas. E é aí que entram as plataformas de análise de blockchain. Empresas de criptografia, instituições financeiras e agências de aplicação da lei usam essas ferramentas para garantir a conformidade, rastrear atividades criminosas no blockchain e recuperar fundos roubados ou ilegais.
- As criptomoedas são um golpe.
Existem muitas histórias sobre pessoas que perderam dinheiro de criptomoedas, desde golpes românticos até vendas de tokens de “pump and dump”. Esse tipo de golpe ganha muita atenção nas redes sociais e na imprensa, causando insegurança naqueles que não têm proximidade com o tema. No entanto, dados do Crypto Crime Report 2023 mostram que os golpes representam apenas uma pequena fração de toda a atividade de criptomoeda. Em 2022, os serviços confiáveis receberam USD 8,1 trilhões em influxos de criptomoedas, enquanto os fraudadores de criptomoedas geraram um total de USD 6 bilhões em receita de transações de blockchain.
- As criptomoedas substituirão o papel-moeda.
Os governos sempre devem ter a capacidade de exercer algum controle sobre suas economias e sobre a oferta de dinheiro. O papel-moeda (ou moeda fiduciária) é a principal ferramenta para fazer isso. A moeda fiduciária tem um lugar especial como dinheiro de curso legal. As empresas devem aceitá-la para todas as dívidas públicas e privadas, mas podem optar por permitir, ou não, as criptomoedas. Além disso, as pessoas usam moedas fiduciárias há séculos e muitas delas nunca deixarão de usá-las. Nem mesmo os maiores defensores das criptomoedas acreditam que o papel-moeda e seus usuários serão excluídos do sistema financeiro, mas trabalham para garantir que, no futuro, todos os tipos de valores (ativos) possam ser mapeados em blockchains e, assim, gerenciados.
- Criptomoedas não são úteis no mundo real.
Já existem vários casos de uso fora do mundo digital, especialmente em mercados emergentes, muitos dos quais são pioneiros na adoção de criptomoedas em nível de base. As transferências internacionais de dinheiro, por exemplo, estão cada vez mais sendo feitas em criptomoedas por indivíduos e pequenas empresas porque são mais rápidas e baratas.
Esses ativos também estão desempenhando um papel cada vez mais importante nas doações, por exemplo, no ano seguinte à eclosão da guerra russo-ucraniana, criptomoedas no valor de mais de USD 56 milhões foram doadas à Ucrânia. Em fevereiro de 2023, as doações de cripto novamente desempenharam um papel importante no apoio às vítimas do terremoto que abalou a Turquia e a Síria. Nesse caso, seis milhões de dólares americanos foram recebidos nos dias seguintes.
Além disso, as criptomoedas vem sendo usadas como uma reserva alternativa de valor em tempos de instabilidade financeira. A Venezuela é um bom exemplo disso. O país sofreu com a hiperinflação várias vezes. A Chainalysis estima que os venezuelanos receberam mais de USD 37,4 bilhões nesses ativos em 2022.
- Os princípios das criptomoedas são muito complicados para os consumidores.
Não é necessário entender a tecnologia por trás das criptomoedas para comprá-las e negociá-las. A maioria das pessoas também não sabe exatamente como o sistema SWIFT funciona e, ainda assim, o utiliza para transferências bancárias internacionais.
Longe de serem muito complicadas para os consumidores, as criptomoedas são, em muitos casos, a melhor, ou a única opção para atender às necessidades financeiras básicas que as pessoas nos mercados desenvolvidos consideram garantidas. Os mercados emergentes mostram uma grande aceitação popular das criptomoedas. Liderando o caminho estão países como o Vietnã e as Filipinas – ambos estão entre os cinco principais países com o maior número de pessoas sem conta bancária.
- Não há nenhuma aplicação comercial para blockchains.
As blockchains são usadas principalmente para facilitar a troca de valores, mas podem fazer mais do que isso. Quando você considera que um blockchain é um banco de dados permanente, seguro e rastreável, as aplicações são infinitas – gerenciamento da cadeia de suprimentos, logística, saúde, negociação de ações, auditoria e muito mais. Um exemplo é o Sustainable Shrimp Partnership (SSP) Food Trust™ da IBM, uma solução de blockchain para a cadeia de suprimentos para garantir a produção sustentável de camarões. Com recursos de rastreamento e acompanhamento, a SSP também pode compartilhar informações sobre a origem de seus produtos com varejistas e clientes.
- Não há como mitigar o impacto ambiental das criptomoedas.
O processo de mineração de criptomoedas, especialmente o Bitcoin, consome muita energia e, portanto, tem um impacto significativo sobre o meio ambiente. Dado o alto custo da energia, há um incentivo para que os mineradores procurem fontes de energia renováveis. Por isso que muitos que mineram buscam energias sustentáveis, como a energia eólica e solar. A mineração de criptomoedas também pode se tornar sustentável com o uso de energia não utilizada. Por exemplo, as empresas de petróleo às vezes se deparam com depósitos de gás natural durante a perfuração. Especialmente com plataformas em áreas remotas, não há como transportar efetivamente o gás natural para um local povoado, então as empresas de perfuração o queimam. Algumas empresas internacionais de energia, como a Giga Energy, apresentaram uma solução criativa: a empresa instala geradores nas plataformas de petróleo que geram eletricidade a partir da queima. Essa energia, então, alimenta as máquinas de prospecção Bitcoin em contêineres de transporte que também são colocados no local de perfuração.
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