Num mundo cada vez mais digitalizado, a tecnologia blockchain tem se consolidado como um elemento transformador em diversos setores, permitindo a criação de sistemas seguros e descentralizados. Adrián Sirio, CEO da Ettios.io, acredita que um dos fenômenos mais notáveis é a tokenização, processo pelo qual ativos físicos ou digitais são convertidos em tokens em uma Blockchain, conferindo-lhes características únicas e rastreáveis.
A tokenização é uma tendência que ganhou impulso nos últimos anos, encontrando aplicações em setores tão diversos como imobiliário, arte, finanças e muito mais. Segundo Adrián a tokenização democratiza o acesso ao investimento em ativos que antes eram inacessíveis para muitos. Ao representá-los como tokens em um Blockchain, facilita a participação de investidores de todos os tamanhos, ao mesmo tempo que proporciona maior liquidez a esses ativos.
O processo por trás da tokenização
O processo de tokenização é mais do que apenas converter ativos em tokens. Requer uma combinação de tecnologias e considerações legais para garantir a sua validade e segurança.
“A tokenização envolve a emissão de tokens respaldados por ativos reais, a criação de contratos inteligentes que regulam sua operação e a escolha da plataforma Blockchain certa”. Afirma o CEO.
Este processo começa com a identificação do ativo a ser tokenizado, seguida da sua avaliação e da determinação de como ele será dividido em tokens. Em seguida, são criados contratos inteligentes que definem as condições de propriedade e transação desses tokens. Depois de tudo estabelecido, os tokens são emitidos em uma Blockchain compatível, garantindo sua rastreabilidade e segurança.
As indústrias que já tokenizam
Exemplos de tokenização bem-sucedida são abundantes em diferentes setores. E Adrián destaca que, Ettios.io trabalha na tokenização do processo de cultivo de cannabis medicinal. O Canablock (nome do projeto Ettios) é uma forma de marcar a rastreabilidade em um processo que vai de ponta a ponta e envolve todos os investidores interessados ??no setor.
“Através da utilização desta tecnologia será possível acompanhar com precisão cada etapa do processo, desde o plantio até a comercialização, garantindo assim a qualidade e pureza do produto final”. Comenta Adrián.
“O projeto contempla a construção de 16 salas de flores distribuídas em dois níveis, nas quais serão implementados sistemas hidropônicos e controles automáticos de irrigação, luz, temperatura e umidade. Estas condições óptimas permitirão atingir uma produção estimada de 3,8 toneladas de flor de Cannabis Sativa com genética especialmente seleccionada para a produção de CBD, num período de 24 meses”, explica Sirio.
O CEO comenta que o projeto Canablock será desenvolvido em três etapas claramente definidas. Em primeiro lugar será realizado o comissionamento das salas de floração, garantindo que todos os sistemas e tecnologias estejam funcionando corretamente. Estabelecida a produção, terá início a segunda etapa, que consistirá na extração do CBD da flor da cannabis.
Adrián explica que, para isso, serão utilizados métodos especializados para garantir a obtenção de um produto puro e de alta qualidade. Ele também fala que a terceira etapa do projeto será a comercialização de produtos derivados do CBD, tanto a nível nacional como internacional.
“Cada token será representativo de uma planta de cannabis da qual o CBD será extraído para fins medicinais. O que for produzido nesta planta será o lucro residual que o token terá no momento da sua liquidação”, explica Adrián Sirio.
O CEO acredita que a tokenização promete redefinir a forma como interagimos com ativos e mercados. No entanto, não está isento de desafios, incluindo regulamentação e normalização.
“Embora a tokenização ofereça vantagens inegáveis, é essencial enfrentar os desafios regulatórios e garantir a interoperabilidade entre diferentes plataformas blockchain”. Finaliza ele.
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