O Comitê Bancário Suíço recentemente expressou seu desejo de que os bancos divulguem detalhes de suas atividades de criptomoeda. Esta é uma jogada significativa que poderia ter implicações de longo alcance para a indústria bancária e o setor de criptomoedas como um todo.
A transparência tem sido um problema persistente no mundo das criptomoedas. A natureza anônima das transações de criptomoedas torna difícil para os reguladores e as autoridades fiscais rastrear o fluxo de dinheiro. Isso levou a preocupações sobre lavagem de dinheiro, evasão fiscal e outras atividades ilícitas.
A intenção é desencorajar os bancos de manter criptomoedas como bitcoin (BTC) e ethereum (ETH) sem o devido suporte, considerando os recentes desafios enfrentados por bancos envolvidos com criptomoedas, como o Signature Bank e o Silicon Valley Bank.
As normas sugeridas, que devem ser implementadas em 2025, estipulam que:
“Os bancos forneçam informações qualitativas sobre suas atividades ligadas a criptoativos e dados quantitativos sobre sua exposição a criptoativos e requisitos relacionados a capital e liquidez”, conforme declarado pelo comitê.
Esta entidade tem uma forte ligação com o Banco de Compensações Internacionais, um grupo de bancos centrais sediado em Basileia, na Suíça.
“Um formato unificado para divulgações reforçaria a disciplina de mercado e ajudaria a diminuir a desigualdade de informação entre os bancos e os participantes do mercado”, declarou o comitê.
Este movimento tem como objetivo criar um ambiente mais equilibrado e bem informado no âmbito das atividades de criptomoeda no setor bancário.
Desafios da transparência em criptomoedas: coleta de dados, infraestrutura e privacidade
A Suíça tem uma abordagem mais receptiva às criptomoedas. Em 2016, a cidade de Zug, apelidada de “Crypto Valley”, começou a aceitar bitcoin como forma de pagamento de impostos municipais. Em 2020, o parlamento do país reforçou o quadro regulatório para estimular os criptoativos e o desenvolvimento da Blockchain no país. O objetivo também é limitar atividades ilegais.
A recente decisão do Comitê Bancário Suíço de exigir que os bancos divulguem detalhes de suas atividades de criptomoeda levanta várias questões importantes. Entre elas, como os bancos coletarão e relatarão essas informações? Eles possuem a infraestrutura necessária para isso? E como garantirão a proteção das informações pessoais dos clientes?
A coleta de dados é um desafio significativo. As criptomoedas operam em uma rede descentralizada, o que torna difícil rastrear transações individuais. Além disso, muitos usuários de criptomoedas valorizam sua privacidade e podem não estar dispostos a compartilhar detalhes de suas transações. Portanto, os bancos precisarão encontrar uma maneira de coletar essas informações sem violar a privacidade de seus clientes.
Em relação à infraestrutura, os bancos precisarão investir em tecnologia e treinamento. Eles precisarão de sistemas capazes de rastrear e registrar transações de criptomoedas, bem como funcionários que entendam como as criptomoedas funcionam. Isso pode ser um investimento significativo, mas é necessário para cumprir as novas diretrizes.
A proteção das informações pessoais dos clientes é outra questão importante. As leis de privacidade exigem que os bancos protejam as informações pessoais de seus clientes. Isso significa que eles precisarão garantir que qualquer informação coletada como parte dessas novas diretrizes seja armazenada de forma segura.
Em conclusão, embora a decisão do Comitê Bancário Suíço seja um passo importante para a transparência das criptomoedas, ela apresenta vários desafios. Os bancos terão que navegar cuidadosamente por esses desafios para cumprir as novas diretrizes sem violar a privacidade de seus clientes ou infringir as leis de proteção de dados.
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