2023 foi um ano de recuperação para as criptomoedas, à medida que a indústria se recuperava dos escândalos, explosões e quedas de preços de 2022. Com a recuperação dos ativos cripto e o crescimento da atividade do mercado ao longo de 2023, muitos acreditam que o inverno cripto está terminando, e um novo fase de crescimento poderá em breve chegar.
Mas o que tudo isso significa para o crime no universo cripto? Confira as tendências de alto nível levantadas pela equipe Chainalysis.
A equipe destaca que como sempre, é necessário fazer uma ressalva ao dizer que estes números são estimativas de limites inferiores baseadas em influxos para os endereços ilícitos que identificaram hoje e afirmam que daqui a um ano, estes totais serão quase certamente mais elevados, à medida que for identificado mais endereços ilícitos.
Outra razão importante para o novo total ser muito mais elevado, além da identificação de novos endereços ilícitos: Agora foram contabilizados os 8,7 mil milhões de dólares em reclamações de credores contra a FTX nos números de 2022. No relatório do ano passado, a equipe afirmou que iriam adiar a inclusão de volumes de transações associados à FTX e outras empresas que faliram naquele ano sob circunstâncias alegadamente fraudulentas nos totais ilícitos até que os processos legais fossem concluídos. Desde então, um júri condenou o ex-CEO da FTX por fraude.
Todas as outras receitas totais excluem crimes não cripto nativos, como o tráfico de drogas convencional, no qual a tecnlogia cripto é usada como meio de pagamento. Tais transações são virtualmente indistinguíveis de transações lícitas em dados on-chain. É claro que as autoridades policiais com contexto fora da cadeia ainda podem investigar esses fluxos usando soluções Chainalysis.
“Nos casos em que conseguimos confirmar tais informações, contabilizamos as transações como ilícitas nos nossos dados, mas há quase certamente muitos casos em que esse não é o caso e, portanto, os números não seriam refletidos nos nossos totais.” Afirmou a equipe.
Além da redução no valor absoluto da atividade ilícita, a estimativa da Chainalysis para a participação de todo o volume de transações cripto associado à atividade ilícita também caiu, de 0,42% em 2022 para 0,34%.
Além disso a equipe também afirma ver uma mudança nos tipos de ativos envolvidos em crimes baseados em criptomoedas.
Ao longo de 2021, o Bitcoin reinou supremo como a criptomoeda preferida dos cibercriminosos, provavelmente devido à sua alta liquidez. Mas isso mudou nos últimos dois anos, com as stablecoins representando agora a maior parte de todo o volume de transações ilícitas. Essa mudança também acompanha o recente crescimento na participação das stablecoins em todas as atividades cripto em geral, incluindo atividades legítimas. No entanto, o domínio da moeda estável não é o caso de todas as formas de crime baseado em criptomoeda.
Algumas formas de atividade ilícita de criptomoeda, como vendas no mercado darknet e extorsão de ransomware, ainda ocorrem predominantemente em Bitcoin. Outros, como golpes e transações associadas a entidades sancionadas, mudaram para stablecoins. Essas também são as maiores formas de cyber crime em volume de transações, impulsionando assim a tendência mais ampla.
Abaixo, a Chainalysis traz três tendências principais que definiram o cyber crime em 2023 e será importante observar no futuro.
Golpes e fundos roubados em grande queda
As receitas de fraudes cripto e hackers caíram significativamente em 2023, com a receita ilícita total de cada uma caindo 29,2% e 54,3%, respectivamente.
Muitos golpistas agora adotaram táticas de golpes românticos, visando indivíduos e construindo relacionamentos com eles, a fim de apresentá-los a oportunidades de investimento fraudulentas, em vez de anunciá-los em toda parte, o que muitas vezes os torna mais difíceis. desmascarar. Embora o FBI tenha publicado dados mostrando que relatos de golpes de investimento em criptomoedas nos EUA tem aumentado ano após ano até 2022.
“Acreditamos que isso se alinha com a tendência de longa data de que os golpes têm mais sucesso quando os mercados estão em alta, a exuberância é alta e as pessoas sentem que estão perdendo a oportunidade de enriquecer rapidamente.” Continua a equipe da Chainalysis.
O hacking cripto, por outro lado, é muito mais difícil de ser escondido pelos criminosos, pois os observadores da indústria podem detectar rapidamente os fluxos incomuns de um determinado serviço ou protocolo quando ocorre um hack. Essa queda pode representar a reversão de uma tendência perturbadora de longo prazo e pode significar que os protocolos DeFi estão melhorando suas práticas de segurança.
Atividade do mercado de ransomware e darknet em ascensão
Os mercados de ransomware e darknet, por outro lado, são duas das formas mais proeminentes de cyber crime, que viram as receitas aumentar em 2023, em contraste com as tendências gerais. O crescimento da receita de ransomware é decepcionante após as quedas acentuadas que registraram no ano passado e sugere que talvez os invasores de ransomware tenham se ajustado às melhorias de segurança cibernética das organizações.
Da mesma forma, o crescimento deste ano nas receitas do mercado darknet também ocorre após um declínio nas receitas em 2022. Esse declínio foi em grande parte impulsionado pelo encerramento da Hydra, que já foi, de longe, o mercado mais dominante do mundo, capturando mais de 90% de todas as receitas do mercado darknet no seu pico.
As transações com entidades sancionadas impulsionam a grande maioria das atividades ilícitas.
Talvez a tendência mais óbvia que emerge quando se analisa o volume de transações ilícitas seja a proeminência das transações relacionadas com sanções. As entidades e jurisdições sancionadas representaram, em conjunto, um volume combinado de transações no valor de 14,9 mil milhões de dólares em 2023, o que representa 61,5% de todo o volume de transações ilícitas no ano.
Embora esses serviços possam e tenham sido usados para fins nefastos, isso também significa que alguns desses US$ 14,9 bilhões em volume de transações relacionadas a sanções incluem atividades de usuários médios de criptomoedas que residem nessas jurisdições.
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