A ascensão da Web3 está catalisando uma verdadeira revolução na Economia Criativa, oferecendo aos criadores de conteúdo uma oportunidade sem precedentes de se tornarem os verdadeiros proprietários de seus ativos digitais. Esse movimento vem crescendo junto ao questionamento sobre a nossa dependência das grandes empresas de tecnologia e seus algoritmos. A Web3 está pavimentando o caminho para uma nova era, na qual os criadores terão controle sobre os frutos de seu trabalho digital.
Luiz Octávio Gonçalves Neto, fundador e CEO da DUX, afirma que, até então, a distribuição de conteúdo e remuneração relativa a ele estava sob o domínio das “big techs”, que controlam as grandes redes sociais, como Instagram, Tik Tok e YouTube.
“Graças à descentralização oferecida pela Web3, agora os criadores conseguem estabelecer uma conexão direta com seu público em plataformas não convencionais, como OpenSea, Blur, Rarible, Magic Eden, Audius, Medallion, entre muitas outras, e serem pagos de forma justa e transparente. Essa mudança de paradigma pode criar uma Economia da Comunidade dentro da Economia Criativa e até chegar a substituí-la.” Destaca o CEO.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Economia Criativa emprega, hoje, 7,4 milhões de brasileiros, número que pode subir para 8,4 milhões até 2030. O impacto é ainda maior quando se observa o número de consumidores: basicamente todo brasileiro com um smartphone.
Luiz lembra que na Economia da Comunidade, o macro perde espaço para o micro não só em termos de controle de informações e remuneração, mas também em termos de oportunidades de trabalho e monetização, fazendo dos micro-influenciadores profissionais mais atrativos que os macro-influenciadores. As pesquisas de mercado já estão demonstrando isso. Segundo a Traackr, os micro-influenciadores têm uma taxa de conversão muito maior (69%), se comparados aos macro influenciadores (apenas 15%).
“Isso tem relação, novamente, com a transparência, desta vez para o público. Quem acredita que a estrela de TV, Xuxa, usava os baratos cremes Monange? E que a magérrima atriz e modelo, Bruna Marquezine, bebe Desinchá? Não faria muito mais sentido receber essas dicas de gente como a gente? É isso que os micro-influenciadores oferecem: uma conexão por nicho que gera muito mais confiança no público. Eu prefiro que a indicação de um livro ou um shampoo venha de alguém com que me identifico.” Continua ele.
O CEO ainda destaca que temos exemplos recentes de grandes marcas que estão usando o poder das comunidades para gerar engajamento. No Lollapalooza Brasil 2024, influenciadoras como Gabb e as irmãs Two Lost Kids, com 310 mil e 104 mil seguidores no Instagram, respectivamente, representaram marcas como Coca-Cola e Coach no festival.
“Essa tendência da micro influência tem o potencial de ser ainda mais rentável para os criadores de conteúdo — ou criativos — se combinada à Web3, primeiramente pela compensação financeira justa e, também, pelas novas formas de engajamento e monetização que acompanham a Web3, como a distribuição e venda de ativos digitais exclusivos. Esses ativos podem ser desde uma obra de arte em NFT (token não fungível) até uma “skin” para um personagem de um jogo.” Afirmou Luiz.
Em suma, a Web3 significa a democratização dos dados, da produção e do consumo na internet, mas para que ela cumpra esse papel, Luiz alerta que precisamos desmistificá-la e tornar seus recursos sempre mais acessíveis a todos os tipos de público.
“Quanto mais pessoas embarcarem na Web3, mais perto estaremos da transformação fundamental na maneira como as interações sociais e as transações financeiras ocorrem online. Ao eliminar intermediários por meio da tecnologia “blockchain”, a Web3 está criando um ambiente onde a segurança e a confiança são reforçadas, beneficiando criadores e suas comunidades. Essa transição para um modelo mais descentralizado de economia será capaz de fortalecer a autonomia dos criativos e promover a diversidade e a inovação em toda a indústria criativa.” Finaliza ele.
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