- Por Ana de Mattos, Analista Técnica e Trader Parceira da Ripio
Desempenho do Bitcoin em agosto:
Mínima mensal: US$ 49.000
Máxima mensal: US$ 65.659
Variação Percentual: 25.37%
Em agosto, a volatilidade do mercado cripto foi amplificada por eventos macroeconômicos e geopolíticos, que testaram a resiliência dos investidores.
Com o início do mês apresentando sinais de otimismo, impulsionado por expectativas de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, o Bitcoin iniciou o mês em alta, custando a sua máxima de agosto nos US$ 65.659.
No entanto, o cenário mudou drasticamente no dia 05 com a notícia da queda acentuada do índice Nikkei. A bolsa japonesa registrou uma desvalorização de -12.4%, a sua pior queda desde 1987. Isso desencadeou uma onda de vendas e o mercado de ações global sentiu o impacto – o mercado cripto não foi exceção.
O derretimento dos mercados foi exacerbado pelos temores de conflito no Oriente Médio e de recessão nos EUA. O Bitcoin, principal referência do mercado, sofreu uma queda acentuada de -16% em um dia, atingindo a mínima mensal nos US$ 49.000. Uma diferença de 25.37% desde a máxima do início do mês.
Apesar dos desafios, o mercado demonstrou maturidade, com o Bitcoin liderando uma recuperação impressionante já nos próximos dias. O ativo subiu 32.6% desde o seu fundo nos US$ 49.000, quando alcançou os US$ 65.000 novamente no dia 25 de agosto.
O Bitcoin fechou o mês custando US$ 58.973, com 56,1% de dominância de mercado e uma capitalização de mercado acima de 1 trilhão de dólares.
Embora o mês tenha sido marcado por uma alta volatilidade, a rápida recuperação do Bitcoin e outras criptomoedas importantes sugere que o mercado continua robusto.
Em um olhar geral sobre a variação do mercado cripto, o investidor precisa levar em conta que poucos ativos da renda variável oferecem tal volatilidade, que pode ser vista como oportunidade de novos aportes a preços mais baratos. A alta volatilidade do Bitcoin é atrativa também para traders, que performam melhor em cenários de instabilidade nos preços.
No momento, podemos concluir que estamos em uma longa fase de consolidação, até que o mercado possa ganhar tração novamente e revisitar as máximas.
Através da Análise Gráfica, observamos que após atingir a máxima de US$ 65.000 no dia 25, o preço do Bitcoin sofreu uma forte pressão vendedora, que fez o preço da principal criptomoeda do mercado despencar -12% ao atingir a mínima de US$ 57.128 no dia 01 de setembro.
Se houver continuidade da força vendedora, o preço do Bitcoin poderá buscar por liquidez nas faixas de preços de US$ 54.000 e US$ 51.360.
No entanto, caso entre fluxo comprador revertendo o movimento, as resistências de curto e médio prazo estão nas áreas de valor dos US$ 59.980 e US$ 61.400.
Desempenho das Altcoins
Ethereum (ETH)
Máxima do Mês: US$ 3.242
Mínima do Mês: US$ 2.111
Variação: 34,88%
Ethereum seguiu um padrão semelhante ao do Bitcoin, sofrendo uma correção após os eventos macroeconômicos, mas recuperando-se parcialmente até o final do mês.
O preço do ETH iniciou uma forte queda desde que atingiu o seu topo de US$ 2.820 no dia 24 de agosto, e atingiu a mínima de US$ 2.400 no dia 01 de setembro.
Este movimento fez com que o preço do ativo desvalorizasse -14.95%.
No momento em que escrevo, o preço do Ethereum está sendo cotado a US$ 2.529, sendo que essa faixa de preço trata-se de uma resistência de curto prazo.
Caso o preço do Ethereum supere essa resistência, o próximo alvo em que há liquidez vendedora está na faixa de preço de US$ 2.760.
No entanto, se ainda houver fluxo vendedor, os suportes de curto e médio prazo estão nas faixas de preços de US$ US$ 2.368 e US$ 1.910.
Tron (TRX)
A TRX foi a Altcoin que melhor desempenhou em agosto. O seu preço variou entre US$ 0.170 e US$ 0.117. Uma valorização de 45,3% agora que a blockchain Tron ganhou tração e usabilidade para a criação de memecoins.
Entre os períodos de 17 a 25 de agosto, a Tron teve uma valorização de 27.53%.
Este movimento fez com que o preço do ativo saísse de US$ 0.133 e atingisse a máxima de US$ 0.170 no período.
Ao analisar o fluxo, é possível observar que entrou um alto volume financeiro no momento em que o preço da Tron atingiu a sua máxima. Este movimento sugere realização de lucro, o que acarretará em uma correção no preço.
Se houver a correção, os suportes de curto e médio prazo estão nas faixas de preços de US$ 0.148 e US$ 0.134.
As resistências estão nas áreas de valor dos US$ 0.170 e US$ 0.179.
Solana (SOL)
A SOL também foi afetada pela volatilidade do mercado, caindo de US$ 172.91 para US$ 110.00. Recentemente, o Brasil foi pioneiro e aprovou os ETFs de Solana. Agora, o mercado aguarda novidades em relação à aprovação dos ETFs também nos Estados Unidos (o que pode impulsionar o preço do token SOL).
Indicador de Medo e Ganância
Diante das incertezas do mercado global, o indicador Fear and Greed Index, que mede o sentimento geral do mercado, registrou um declínio. No momento, o índice marca 43 pontos, em uma escala neutra.
Expectativas para o mercado Cripto em Setembro
Nas últimas semanas de julho e agosto, o mercado cripto permaneceu lateralizado. Podemos ver no gráfico do Bitcoin que estamos com os preços do BTC trabalhando em um range entre as faixas de US$ 65.650 e US$ 49.000, uma diferença de 33% entre os valores.
Essa fase de consolidação pode ser o prenúncio de uma nova tendência de alta. Portanto, estamos em uma janela de oportunidades. É o momento ideal para selecionar bons ativos e seguir para a próxima corrida de alta.
Em setembro, os dados macroeconômicos podem afetar diretamente o mercado das criptomoedas.
O evento mais esperado é a decisão do FED sobre o corte da taxa de juros nos EUA. Uma fala recente de Jerome Powell confirmou a formação do Pivot do FED – expressão usada para mencionar uma possível reversão na política monetária do Banco Central americano.
Após um longo período de aumento das taxas de juros, a expectativa de corte em setembro é especialmente relevante para ativos de renda variável. É o momento ideal para antecipar movimentos e ajustar posições na carteira cripto, focando em ativos com fundamentos sólidos e uma boa relação risco Vs retorno, como Bitcoin, Ethereum e Solana.
Outro ponto importante a ser observado é sobre a sazonalidade do mercado. O gráfico ‘Bitcoin Monthly returns’ aponta que, historicamente, o mês de setembro costuma ser um mês desfavorável para retornos positivos com o Bitcoin. Será que essa tendência se repetirá?
Além disso, as eleições nos EUA, marcadas para novembro, podem influenciar o futuro dos mercados globais e trazer muita volatilidade. Donald Trump, candidato à presidência, já expressou diversas vezes seu apoio às criptomoedas. Se for eleito, existe a especulação de que os EUA poderiam adotar uma postura mais pró-Bitcoin, o que teria um impacto significativo no mercado.
Para quem deseja investir em cripto, é fundamental entender que estamos em um momento de incertezas e é essencial manter um caixa de oportunidade disponível para aproveitar possíveis quedas. Temos que ter em mente que quedas são oportunidades de adquirir bons ativos a preços descontados.
Outra estratégia eficaz é o DCA (Dollar-Cost Averaging), que consiste em fazer aportes fracionados ao longo do tempo, diminuindo a exposição direta às flutuações de preço.
E claro, aproveitar o momento para diversificar, mantendo-se informado e pronto para agir conforme o mercado se movimenta.
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