Polarização: Desconstruindo a Desconfiança e Criando Espaços de Diálogo
A polarização entre grupos com visões opostas sobre temas sociais e políticos tem se intensificado globalmente. De acordo com o professor Sim Sitkin, da Duke Fuqua School of Business, essa divisão não se limita a discordâncias ideológicas. Grupos polarizados chegam a desconfiar profundamente uns dos outros, criando uma barreira que torna difícil até a consideração de ideias do “lado oposto”.
Sitkin, que também dirige o Centro de Liderança e Ética da Duke, sugere que a construção de pontes entre grupos polarizados é viável ao encontrar valores comuns e respeitar as diferenças, sem descartar o outro. Ele acredita que instituições como empresas possuem uma oportunidade única de desempenhar um papel fundamental para ajudar a reconstruir essa confiança mútua.
Compreendendo a Desconfiança Entre Grupos Polarizados
De acordo com Sitkin, a desconfiança se instala quando grupos acreditam que seus valores são incompatíveis com os do outro. Esse cenário faz com que qualquer contribuição positiva seja ignorada, pois é vista com ceticismo e até mesmo como uma ameaça. “A desconfiança faz com que você descarte o outro”, afirma. Sitkin observa que a desconfiança é alimentada por uma “confiança generalizada” dentro do próprio grupo e uma falta de interação significativa com o grupo oposto. Dessa forma, a distância aumenta e a oportunidade de diálogo diminui.
Estratégias para Superar a Desconfiança
Para criar uma ponte sobre a desconfiança, Sitkin sugere focar em “espaços estreitos” onde valores comuns possam ser identificados. Ele destaca a importância de construir confiança mesmo em pequenas áreas compartilhadas, o que pode abrir portas para que o diálogo ocorra de maneira construtiva.
Para Sitkin, as interações são essenciais: quanto mais frequentamos os mesmos ambientes e interagimos com membros do grupo oposto, mais oportunidades temos de provar nossa confiabilidade e perceber semelhanças, mesmo em meio às diferenças. Evitar confrontos e estabelecer um ambiente de respeito são atitudes que ajudam a quebrar o ciclo de desconfiança. Sitkin enfatiza a importância de respeitar o outro e garantir que o tratamento seja justo, o que permite que ambos os lados mantenham o foco nas áreas em que compartilham interesses e valores.
O Papel das Empresas na Construção de Pontes
De acordo com a pesquisa Edelman Trust Barometer, as empresas são vistas como uma das instituições mais confiáveis hoje em dia. Isso coloca empregadores em uma posição vantajosa para contribuir com a redução da polarização, especialmente no ambiente de trabalho. Sitkin destaca exemplos de empresas que implementaram fóruns de diálogo interno, nos quais os funcionários discutem temas de maneira respeitosa e estruturada, promovendo o entendimento mútuo.
Além disso, Sitkin menciona o “Projeto Diálogo” da Duke, uma iniciativa que busca explorar o papel das empresas na criação de um ambiente de discussão produtiva e com respeito mútuo. Empresas podem, por exemplo, estruturar fóruns onde seus colaboradores se sintam seguros para compartilhar suas opiniões, promovendo um contato positivo e evitando que a polarização se acentue.
Contudo, Sitkin alerta que, para ter sucesso, as empresas devem ser cuidadosas com o poder que exercem sobre seus funcionários. “Os funcionários devem sentir que os líderes valorizam suas vulnerabilidades e estão comprometidos em ajudá-los, e não simplesmente em utilizá-los”, ressalta. Esse respeito gera um ambiente em que os colaboradores se sentem seguros para expor suas opiniões, mesmo quando divergentes.
Conclusão: O Poder do Respeito Mútuo e da Interação Positiva
A construção de pontes entre grupos polarizados exige paciência e comprometimento. Para Sitkin, a chave é garantir que cada grupo sinta que suas opiniões são respeitadas e, ao mesmo tempo, enfatizar o que eles têm em comum. Embora os desafios sejam grandes, a aplicação dessas práticas pode trazer mudanças positivas nas interações entre pessoas com diferentes pontos de vista, ajudando a sociedade a superar a desconfiança mútua.
Para mais informações sobre as pesquisas de Sim Sitkin e os projetos da Duke Fuqua School of Business, entre em contato com a Fuqua School of Business, uma instituição renomada pela Bloomberg, conhecida por sua liderança em estudos que impactam os negócios, a ética e a liderança global.
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