A entrada das stablecoins nos bancos digitais e no mercado financeiro brasileiro foi tema central do painel realizado no evento da ABToken, em parceria com Tether, Parfin, Transfero, Bluegreen, Nonco e SmartPay, no Instituto 12, no Leblon (RJ)
O debate reuniu representantes de alguns dos principais players do mercado de criptoativos, como Fernando Fontes (SmartPay e Truther), Marcos Viriato (Parfin), Rodrigo Stallone (Tether), Sergio Massa (Zro Digital Asset) e Arthur Carvalho (Braza), e escancarou uma tendência cada vez mais evidente: o avanço das stablecoins no ecossistema financeiro tradicional, acompanhada de um novo olhar sobre autocustódia, compliance e confidencialidade nas transações blockchain.
Dono de uma das falas mais provocativas do painel, Fernando Fontes, project manager e innovator da SmartPay e da Truther, destacou como a tecnologia já permite que qualquer pessoa, mesmo operando em blockchain com autocustódia, consiga viver no Brasil sem depender do sistema bancário tradicional. “Com a Truther, eu estou em autocustódia na blockchain e consigo viver no Brasil como se fosse um brasileiro comum. Pago boletos, faço PIX, inclusive saque em caixas eletrônicos da rede Banco24Horas. Isso já é realidade hoje”, afirmou.
Além da integração com o PIX e serviços bancários, Fernando trouxe à tona um tema até então pouco explorado no evento: a confidencialidade nas transações blockchain. “Se eu transfiro USDT para alguém, essa pessoa pode acessar meu endereço de carteira e ver todo meu saldo, todo meu histórico. Isso é um problema que precisa ser enfrentado. A confidencialidade precisa ser parte da evolução da blockchain e das stablecoins”, alertou.
Para enfrentar essa questão, a SmartPay está realizando uma migração estratégica: está movendo parte das operações para o USDT na blockchain Liquid, que permite transações confidenciais, protegendo informações como saldos e histórico de movimentações. “Além disso, somos pioneiros na implementação da Travel Rule no Brasil diretamente on-chain. Toda transação carrega, de forma criptografada, dados como a VASP de origem e destino, endereço de carteira e informações do usuário, garantindo conformidade com as normas internacionais sem abrir mão da segurança e privacidade”, completou Fernando.
Já Marcos Viriato, CEO da Parfin, reforçou que o caminho natural das stablecoins no Brasil é a institucionalização. “Acabamos de realizar, junto a um banco S1, a primeira operação de pagamento cross-border usando stablecoin de forma regulada, com câmbio registrado no Banco Central. Isso será anunciado oficialmente na Febraban Tech. Estamos falando de um banco extremamente conservador entrando forte nesse mercado”, revelou.
Viriato ressaltou que, apesar do avanço das soluções blockchain, o sistema financeiro tradicional ainda será um parceiro essencial, especialmente para atender volumes robustos. “Operações como essa, de trading de commodities, podem chegar a movimentar US$ 1 bilhão em câmbio por mês. O futuro é híbrido: blockchain conectada aos trilhos tradicionais”.
Rodrigo Stallone, responsável pela Tether na América Latina, trouxe a visão global da maior emissora de stablecoins do mundo, atualmente com US$ 153 bilhões em valor de mercado. “Fomos os primeiros, lá em 2014, e hoje a Tether é muito mais do que uma stablecoin. Nos tornamos uma stable company, diversificando ativos. Temos participações em terras agrícolas no Brasil e na Argentina, investimentos em ouro e mantemos cerca de US$ 6 bilhões em Bitcoin no balanço”.
Stallone também reforçou o DNA de autocustódia que guia a Tether desde sua fundação. “Se amanhã o cliente tiver problema com qualquer prestador de serviço, as chaves privadas continuam com ele. Ninguém é preso à plataforma. Isso está na alma da Tether.”
O consenso entre os participantes é que a entrada das stablecoins nos bancos digitais e no mercado financeiro tradicional é inevitável e irreversível, mas trará novos desafios. Confidencialidade, compliance on-chain e integração entre blockchain e o sistema financeiro tradicional são os pilares desse futuro que já começa a ser construído no Brasil.
A atuação de empresas como a SmartPay, com sua carteira Truther, se destaca como um exemplo prático de como é possível, hoje, viver no país operando em blockchain, conciliando liberdade financeira, autocustódia e conformidade regulatória.
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