Heitor Maximiano, Sales de Renda Variável da InvestSmart XP
Novo passo na relação comercial
Estados Unidos e China anunciaram, na última semana de junho, um novo entendimento dentro do processo de reaproximação comercial entre os dois países. O acordo estabelece diretrizes para acelerar a liberação de exportações chinesas de terras raras aos EUA. Segundo o Ministério do Comércio chinês, o governo de Pequim se comprometeu a revisar e aprovar os pedidos de exportação para itens controlados, em conformidade com a legislação local. Em contrapartida, os Estados Unidos devem suspender parte das medidas restritivas impostas à China, como a limitação de exportações de produtos como etano, motores a jato e softwares industriais.
Contexto e motivação do acordo
As negociações entre os dois países vinham se intensificando desde os encontros realizados em Genebra (em maio) e em Londres (em junho), nos quais foram discutidos os termos de uma trégua comercial. A partir de abril, os embarques de minerais críticos da China aos EUA passaram por um forte encolhimento, o que aumentou a pressão de empresas americanas dos setores de semicondutores, robótica, defesa e energia renovável — altamente dependentes dessas matérias-primas.
Com o novo pacto, Pequim sinaliza que irá destravar o licenciamento de exportações desses itens, enquanto Washington condiciona a retirada das contramedidas à comprovação do cumprimento do acordo. Esse mecanismo recíproco foi confirmado por autoridades dos dois países e representa uma tentativa de avançar nos pontos consensuais, deixando temas mais complexos para rodadas futuras.
Próximos passos e entraves adicionais
Apesar da sinalização positiva, o pacto ainda está longe de representar uma resolução ampla. Questões como a regulação sobre exportações de tecnologia sensível, o controle de insumos químicos usados na produção de opioides sintéticos (como o fentanil) e o acesso de empresas americanas ao mercado chinês seguem como fontes de tensão. A própria Casa Branca reconheceu que o acordo atual depende de avanços concretos para que mais medidas restritivas sejam suspensas.
Outro ponto de destaque é que o pacto foi anunciado em um momento em que a administração Trump busca fechar uma série de acordos bilaterais, com ênfase em temas estratégicos antes do prazo de retomada de tarifas previsto para julho. Ainda não está claro se haverá desdobramentos multilaterais a partir desse avanço.
Novas reuniões entre os dois países estão previstas para julho e devem definir os primeiros resultados operacionais do acordo, além de traçar os próximos objetivos de uma eventual normalização ampla das relações comerciais.
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