A Bolívia dá um passo decisivo para abraçar as criptomoedas e enfrentar a grave crise econômica que enfrenta. Em 30 de julho de 2025, o Banco Central da Bolívia (BCB) e a Comissão Nacional de Ativos Digitais de El Salvador (CNAD) assinaram um memorando de entendimento para trocar experiências em regulação, tecnologia blockchain e ferramentas de inteligência contra riscos no mercado cripto.
Bolívia vira a página e aposta na inovação digital
Até 2024, a Bolívia mantinha uma proibição rígida sobre o uso de criptomoedas. No entanto, a Resolução 082/2024 derrubou essa barreira, legalizando o comércio e os pagamentos digitais. Desde então, o volume de transações cresceu rapidamente, saltando de US$ 46,5 milhões para quase US$ 294 milhões entre junho de 2024 e junho de 2025.
Além disso, a estatal de petróleo YPFB começou a aceitar pagamentos em criptomoedas para importação de combustíveis, uma estratégia para aliviar a escassez de dólares e preservar subsídios. “A cripto é uma alternativa confiável frente às dificuldades cambiais”, afirmou o presidente em exercício do BCB, Edwin Rojas Ulo.
Parceria estratégica com El Salvador: aprendizado e segurança
El Salvador é referência mundial em adoção de Bitcoin, tendo sido o primeiro país a reconhecê-lo como moeda legal. Por isso, a experiência salvadorenha inspira a Bolívia a desenvolver um ambiente regulatório seguro e inovador para atrair investimentos estrangeiros e fomentar a inclusão financeira.
Com o acordo, as duas nações vão colaborar no aprimoramento de regulamentações, uso de blockchain para transparência e combate a fraudes, além de compartilhar tecnologias de inteligência para monitoramento do mercado cripto.
Cripto como ferramenta contra a crise cambial
A Bolívia enfrenta uma queda dramática nas reservas internacionais — de US$ 12,7 bilhões em 2014 para apenas US$ 165 milhões em 2025. Isso compromete a estabilidade do boliviano, que já sofre perda de poder de compra. Nesse cenário, stablecoins como Tether têm ganhado espaço para evitar a desvalorização e garantir transações mais rápidas e seguras.
Com o avanço da adoção, pequenos comerciantes e famílias começam a integrar criptomoedas em suas operações diárias. Portanto, a medida pode representar uma transformação social importante, especialmente para os mais vulneráveis.
À medida que a Bolívia acelera sua integração ao universo cripto, as eleições de agosto adicionam um componente de incerteza política. O futuro do país pode depender da continuidade dessas políticas digitais, que prometem modernizar a economia e ampliar o acesso financeiro. Seja qual for o resultado, a parceria com El Salvador mostra que a inovação e a colaboração internacional são caminhos essenciais para enfrentar desafios econômicos.
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