Os desenvolvedores centrais do Ethereum anunciaram oficialmente que o upgrade que sucederá o Glamsterdam se chamará “Hegota”, estabelecendo o segundo grande ciclo de desenvolvimento da rede em 2026 e mantendo o cronograma de atualizações semestrais da blockchain.
O nome Hegota segue a tradição do Ethereum ao combinar referências da camada de execução e da camada de consenso:
- Bogota (execução)
- Heze (consenso)
A decisão foi tomada durante a última reunião do ano do All Core Developers Execution (ACDE). As reuniões serão retomadas em 5 de janeiro, quando o escopo final do upgrade Glamsterdam deverá ser definido.
Calendário e estrutura dos upgrades
O Glamsterdam está programado para ser entregue no primeiro semestre de 2026, enquanto o Hegota virá posteriormente, fechando o ciclo anual de desenvolvimento.
O principal Ethereum Improvement Proposal (EIP) do Hegota será escolhido em fevereiro, mas o pacote já começa a tomar forma com propostas de alta relevância estrutural para a rede.
O que pode entrar no Hegota
Entre os recursos que podem ser incluídos no Hegota estão:
- Verkle Trees, tecnologia essencial para clientes totalmente stateless
- Mecanismos de expiração de estado e histórico
- Otimizações profundas na camada de execução
- Possível redução do slot time da rede, hoje considerado um dos ajustes mais complexos
Essas mudanças complementam objetivos de longo prazo do Ethereum, especialmente no eixo da escalabilidade e descentralização operacional.
Glamsterdam: eficiência e descentralização na base
O upgrade Glamsterdam foca na melhoria da eficiência da Layer 1, trazendo:
- Proposer-Builder Separation (PBS) nativo no protocolo
- Listas de acesso por bloco
- Reprecificação de gás para maior eficiência econômica
- Avanços diretos em descentralização e segurança
Itens mais complexos — como a redução do slot time — podem ser transferidos para o escopo do Hegota, permitindo entregas mais previsíveis e menor risco sistêmico.
Hegota e o roadmap estratégico do Ethereum
O Hegota se encaixa na visão de longo prazo do Ethereum, iniciada com The Merge (2022) e estruturada em múltiplas fases:
- The Surge: escalabilidade via rollups
- The Verge: foco em statelessness e redução de custos de operação de nós
- The Purge e The Splurge: limpeza de dados históricos e simplificação do protocolo
A possível integração das Verkle Trees no Hegota representa um passo crítico dentro da fase The Verge, reduzindo drasticamente os requisitos de armazenamento dos nós e permitindo maior participação de validadores e operadores independentes.
Uma evolução contínua e previsível
A abordagem modular e incremental do Ethereum busca evitar grandes rupturas técnicas, entregando melhorias contínuas com previsibilidade para desenvolvedores, validadores e empresas do ecossistema.
Com Glamsterdam e Hegota, o Ethereum consolida sua estratégia de evolução controlada rumo a uma blockchain mais escalável, descentralizada e acessível.
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