Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX, que havia recentemente sido condenado por esquema milionário de fraude, pode ser solto sob fiança de 250 milhões de dólares e permanecer em liberdade enquanto espera julgamento.
A decisão de poder soltar Bankman-Fried sob fiança tem sido alvo de críticas por diversos membros do mundo cripto, que consideram que 250 milhões é uma quantia insuficiente dada a gravidade do crime cometido, também foi questionada a natureza do dinheiro para a fiança, com alegações de que os US$250 milhões viriam de “fundos roubados de clientes da FTX”.
A notícia de que SBF poderia ser liberto e que os fundos para o pagamento da fiança de fato existem geraram também ironia, pois o próprio Bankman-Fried já disse que possuía somente cerca de 100 mil dólares em sua conta.
A fiança é uma medida comumente utilizada para garantir que as pessoas compareçam ao tribunal quando necessário. A decisão de conceder fiança é geralmente baseada em fatores como a probabilidade de fuga e o perigo que o acusado pode representar para a sociedade, sendo talvez esse o motivo, para além de influência e riqueza, para a fiança do ex-bilionário.
Talvez este último motivo também seja duvidável, dado o registro, pouco depois do colapso do império de SBF, de que a Alameda Research e a FTX faziam também parte de esquemas de lavagem de dinheiro para membros do Governo dos Estados Unidos.
Sam Bankman-Fried protagonizou um caso de fraude diferente de tudo que o mundo crypto já viu. O desaparecimento e a descoberta do esquema FTX mergulhou o mercado mais ainda em uma recessão e estabeleceu Sam Bankman-Fried como um vigarista com poucos semelhantes a ele. Agora, após sua extradição para os Estados Unidos, os procedimentos jurídicos oficiais de seu caso foram iniciados.
Após uma acusação de cerca de oito tipos de crime diferentes pela promotoria dos Estados Unidos, Bankman-Fried foi preso pelas autoridades das Bahamas. Posteriormente, ele permaneceu na prisão de Fox Hill em Nassau por mais de uma semana antes de sua extradição.
Chegando hoje aos EUA, ocorre a audiência com seu conselho, a promotoria dos EUA e o juiz Gabriel W. Gorenstein. Nessa audiência, foi revelado que Sam Bankman-Fried seria libertado sob fiança de US$250 milhões. Além disso, a audiência determinou que Bankman-Fried, que já entregou seu passaporte às autoridades, deveria permanecer sob custódia de seus pais.
SBF também será sujeito a monitoramento domiciliar, com o tribunal percebendo seu caso como muito importante para representar um risco de fuga. Conclusivamente, a audiência foi adiada com uma data de continuação marcada para 3 de janeiro de 2023.
Escrito por Vitor Gomes Calado