A falência da Alameda-FTX, uma das maiores e mais proeminentes exchanges de criptomoedas, no inverno cripto de 2022 foi apenas mais um exemplo de riscos enfrentados pelos investidores em empresas cripto. De acordo com um relatório do Wall Street Journal, a empresa de negociação cripto Alameda Research, ligada à FTX, já vinha enfrentando pesadas perdas em seu algoritmo de negociação cripto desde 2018 devido a suposições erradas sobre as movimentações de preço. Ainda assim, a Alameda afirmava ter obtido lucros enormes de suas atividades de negociação enquanto, na verdade, havia perdido mais de dois terços de seus ativos até meados de 2018, em parte devido a uma grande queda nos preços de XRP.
Foi nesse momento que entrou em cena o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried. Ele conseguiu fundos de vários credores e investidores para salvar a falida empresa e, em abril de 2019, lançou a exchange cripto FTX, que foi promovida como um refúgio seguro para investidores institucionais procurando exposição às criptomoedas. No entanto, recentes ações revelaram que ambas as empresas trabalhavam juntas desde o início, o que gerou possíveis conflitos de interesses e riscos para os investidores. Além disso, o relatório também aponta para problemas internos na empresa, como a falta de transparência e o uso de práticas de negociação agressivas.
Não é a primeira vez, nem será a última
Infelizmente, essa não é a primeira vez que um colapso de uma exchange cripto relaciona-se com problemas internos e falta de transparência. Em 2018, a exchange cripto BitGrail fechou as portas após a perda de mais de 17 milhões de dólares em Nano, uma criptomoeda que havia sido promovida como segura pelo fundador da exchange, Francesco Firano. Em 2019, a exchange cripto QuadrigaCX, que era a maior do Canadá, também declarou falência após a morte súbita do CEO, Gerry Cotten, que levou consigo as senhas para os fundos da empresa. Esses casos servem como um lembrete de que é importante avaliar cuidadosamente o risco de qualquer investimento, incluindo em empresas cripto.
Para evitar esses riscos, muitos investidores estão buscando alternativas que prezam pela autocustódia. A autocustódia é a prática de manter a posse de suas próprias criptomoedas, em vez de confiar em uma exchange ou corretora para armazená-las. Isso pode ser feito através de carteiras de hardware ou de papel, ou através de um serviço de autocustódia, como a Shapeshift. Ao usar a autocustódia, os investidores têm mais controle sobre seus ativos e podem minimizar os riscos de fraudes ou problemas internos em uma exchange. Embora precisemos tomar cuidado com seus riscos inerentes para evitar que episódios como o desse desenvolvedor do bitcoin core aconteçam.
Enquanto as criptomoedas continuam a ganhar popularidade, é crucial que os investidores estejam cientes dos riscos enfrentados ao investir em empresas cripto. Isso inclui avaliar a transparência da empresa, o histórico de negociação e a estabilidade financeira. A crise da Alameda-FTX é mais um exemplo de que é preciso ter cuidado ao investir nesse mercado ainda volátil. A autocustódia é uma aliada para minimizar esses riscos e proteger seus investimentos.