Zilda Mendes, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em comércio exterior e câmbio, comenta que há algum tempo o Banco Central do Brasil vem estudando o lançamento do CBDC – Central Bank Digital Currency brasileiro, o que, teoricamente, mudaria as intermediações financeiras e a forma como as instituições bancárias disponibilizariam recursos para empréstimos e financiamentos.
Isso poderia resultar na perda de reservas, uma vez que as pessoas e empresas poderiam retirar seus dinheiros dos bancos e passar a utilizar o CBDC. Além dos riscos à privacidade e liberdades individuais, as contas digitais junto aos bancos centrais concederiam um poder muito grande a estes órgãos, o que não interessa a ninguém.
De acordo com Zilda, o Banco Central do Brasil não lançará um CBDC no formato original e os usuários não terão uma conta digital junto a este banco, o que significa que praticamente nada mudará, a não ser a utilização de uma ferramenta, de um mesmo sistema que está sendo chamado de “real digital”.
As reservas bancárias que já existem e que atendem somente aos bancos serão o “real digital no atacado”. Já o “real digital no varejo”, também conhecido como “real tokenizado”, permitirá que as pessoas e empresas continuem tendo as mesmas relações com seus bancos e que seus depósitos em seus bancos sejam tokenizados.
A professora, explicou que a ideia do real digital é permitir que todas as transações ocorram simultaneamente em uma infraestrutura única.
Em vez de um depósito à vista estar registrado em uma plataforma específica de um banco, ele seria registrado em uma base de dados pública permitida pelo Banco Central, na qual todos os participantes teriam acesso ao mesmo tempo. Ela concluiu que o Banco Central do Brasil não lançará um CDBC no seu formato original e que os usuários não terão uma conta digital junto a este banco, o que significa que praticamente nada mudará, exceto a utilização de uma ferramenta em um mesmo sistema chamado de “real digital”.
Zilda também mencionou que no dia 06 de março, o Banco Central do Brasil concedeu uma entrevista coletiva na qual foram apresentadas as diretrizes gerais para o lançamento do “real digital”.
Entre elas, está a nova tecnologia que deverá descentralizar a oferta de produtos e serviços, possibilitando novos entrantes no mercado e a integração a sistemas de outras jurisdições para a realização de pagamentos com outros países. Além disso, o Banco Central do Brasil também está adotando padrões de “resiliência e segurança cibernética”. Ela sugeriu que as pessoas assistam à entrevista para entender mais sobre o assunto.