As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) são ferramentas importantes para a investigação de alegações de corrupção e outras irregularidades no Brasil. No entanto, o recente convite a Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico, para depor na CPI sobre Pirâmides Financeiras, levanta questões sobre se o foco midiático das CPIs está desviando a atenção de suas missões originais.
Em teoria, as CPIs existem para investigar alegações de conduta imprópria e fornecem um fórum para discussão de políticas públicas. No entanto, as comissões se tornaram palco para a promoção de personalidades da mídia, políticos e outras figuras públicas. Esse uso de CPIs para fins políticos e de entretenimento gera críticas de que as comissões estão se tornando mais sobre o espetáculo do que sobre o serviço público.
A convocação do Primo Rico, um popular influenciador financeiro, para depor na CPI sobre Pirâmides Financeiras, é um exemplo dessa tendência. Embora Nigro possa fornecer informações valiosas sobre o mercado financeiro, a decisão de convidá-lo também pode ter sido motivada pelo desejo de atrair a atenção da mídia, uma vez que há diversos especialistas em criptomoedas mais preparados para essa empreitada.
Eu acrescentaria ainda que para o pacote mídia completo, só faltou a convocação da noiva do “Primo Rico”, Maira Cardy, afinal de contas ela é coach de pessoas, vai que ajuda em algo…
“CPIs devem ser espaços de investigação e não palcos para celebridades. O foco deve estar na busca pela verdade e na aplicação da justiça, e não em ganhar manchetes. Além disso, a presença de figuras midiáticas pode desviar a atenção das vítimas reais desses esquemas fraudulentos.“
Embora seja inegável que uma exposição midiática possa trazer maior visibilidade a essas questões, é crucial que a busca por justiça não seja ofuscada. A investigação de pirâmides financeiras, especialmente no que diz respeito ao envolvimento com criptomoedas, é uma questão significativa que afetou milhares de investidores.
Deve-se também lembrar que o foco dessas considerações deve ser a proteção dos investidores e a prevenção de futuras práticas fraudulentas. A convocação de especialistas e indivíduos com experiência relevante no campo das criptomoedas é um passo na direção certa. No entanto, esses esforços devem ser complementados com ações concretas para fortalecer a legislação e regulamentação do mercado de criptomoedas.
Embora a atenção da mídia possa desempenhar um papel na conscientização sobre a questão das pirâmides financeiras e outras formas de fraude, é essencial que o foco das CPIs garanta na promoção da justiça e na prevenção de futuras irregularidades. Isso implica garantir que as audiências sejam conduzidas de forma justa e objetiva, com foco na busca da verdade e na responsabilização daqueles que cometeram atos ilegais, em vez de proporcionar um espetáculo para a mídia.
Mas, lógico, é só a minha opinião!
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