Ao se deparar com a lista de criptomoedas, é impossível não ver que a Ethereum é um dos maiores projetos atualmente. Mas afinal, o que é Ethereum?
Ethereum é uma plataforma para construção de contratos inteligentes (smart contracts) utilizando blockchain. Podemos definir a Ethereum em poucas palavras como sendo um blockchain programável. Ou seja, é possível construir aplicações blockchain utilizando uma linguagem de programação na plataforma Ethereum. Para entender como funciona, é importante fazer uma comparação com o Bitcoin.
Enquanto o Bitcoin (BTC) tem como objetivo servir como uma moeda digital, o Ether (ETH) basicamente serve como moeda para financiar projetos novos construídos na plataforma Ethereum, e também serve para pagar pelos custos de operação dos projetos nessa plataforma.
Riscos envolvendo Ethereum
Antes de aprender mais o que é Ethereum e como funciona, é importante saber os riscos que existem na compra do token ETH, devido à sua volatilidade. Como muitas criptomoedas, o valor do ETH pode ser extremamente instável, sujeito a flutuações significativas em um curto período de tempo. Essa volatilidade é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo especulações de mercado, mudanças regulatórias, e o sentimento geral dos investidores.
Essas oscilações de preço podem representar riscos consideráveis para investidores menos experientes ou para aqueles que buscam uma reserva de valor estável. Além disso, a própria natureza descentralizada e relativamente não regulamentada das criptomoedas pode ser uma faca de dois gumes, oferecendo liberdade e inovação, mas também carecendo de proteções tradicionais do mercado financeiro.
Outro risco importante é o desconhecimento técnico e operacional associado ao uso da Ethereum. A complexidade da blockchain e dos contratos inteligentes pode ser um desafio para muitos usuários, aumentando o risco de erros. Contratos inteligentes, uma vez implementados, são imutáveis e, se contiverem falhas ou vulnerabilidades, podem levar a perdas significativas. Isso foi evidenciado por incidentes como o ataque ao DAO (Organização Autônoma Descentralizada) em 2016, onde milhões de dólares em ETH foram roubados devido a uma falha no contrato inteligente. Além disso, a segurança pessoal, como a gestão de chaves privadas, é uma responsabilidade exclusiva do usuário, diferentemente dos sistemas bancários tradicionais. A perda ou roubo de chaves privadas pode resultar na perda irreversível de fundos. Esses aspectos técnicos, combinados com a falta de conhecimento geral sobre criptomoedas e tecnologia blockchain, tornam a Ethereum uma arena complexa que exige cautela e educação contínua.
Que tipos de projetos podem ser construídos na Ethereum?
Através da tecnologia de contratos inteligentes, é possível utilizar uma linguagem de programação chamada Solidity (criada pelo fundador da Ethereum) para criar aplicações descentralizadas, como casas de apostas, sistemas de crowdfunding, redes sociais, enfim, o céu é o limite.
A Ethereum permite que a tecnologia blockchain, utilizada pela primeira vez no Bitcoin, possa ser facilmente manipulada para criação de outros projetos a partir de programação. Inclusive, é muito fácil criar uma nova criptomoeda utilizando a Ethereum.
Muitas criptomoedas estão na plataforma Ethereum, ou seja, utilizam a rede Ethereum como base para o seu próprio token. Geralmente chamamos de “token” a criptomoeda que reside em uma plataforma de smart contracts. Alguns exemplos são Maker (MKR), OmiseGO (OMG), Augur (REP), 0x (ZRX) e muitas outras.
Logo depois da criação da Ethereum, ficou muito mais fácil construir uma criptomoeda do zero, por isso o número de criptomoedas no mercado aumentou abruptamente.
Atualmente, a Ethereum não é mais a única plataforma de smart contracts, existem outras como Cardano, NEO, EOS, Tron, etc. Mas a Ethereum ainda é a mais famosa pelo fato de ter sido a primeira.
Como a Ethereum começou?
A Ethereum foi criada em 2014 por Vitalik Buterin, um programador russo prodígio. Vitalik esteve envolvido com o projeto Bitcoin nos seus primórdios. A partir dos seus conhecimentos, teve a ideia de desenvolver uma plataforma onde fosse possível programar a tecnologia blockchain, o que revolucionou o mercado. Nascia a Ethereum.
Logo após a criação do projeto, uma falha de segurança em um smart contract na plataforma permitiu que um hacker roubasse centenas de milhões de dólares. Os programadores envolvidos com o projeto discutiram muito a respeito do que fazer: permitir que o hacker ficasse com o dinheiro ou congelar os fundos, alterando o código original da plataforma. Como não houve consenso, o projeto teve que passar por um fork e passaram a existir dois projetos distintos: Ethereum Classic (o protocolo original) e Ethereum (a ramificação que congelou os fundos do hacker). A maioria dos desenvolvedores ficou do lado da Ethereum ramificada. O argumento daqueles que não queriam recuperar os fundos perdidos pelo hacker era que “código é lei”, ou seja, se os usuários da plataforma não puderem confiar que o código base de um smart contract nunca será alterado, como garantir que manipulações prejudiciais ocorram no futuro? Em outras palavras, o contrato inteligente criado estará sempre sujeito a modificações, e isso caracteriza um sistema centralizado, não descentralizado. Entre os discordantes estava Charles Hoskinson, que deixou o projeto após esse episódio e fundou a Cardano em 2017.
Após esse incidente, a Ethereum apenas cresceu em tamanho e reconhecimento. Demorou bastante tempo até que novas plataformas de smart contracts (concorrentes) fossem criadas para rivalizar com a Ethereum, e permitiu que a Ethereum dominasse o mercado.
Parcerias com empresas e instituições
Atualmente, existe a Enterprize Ethereum Alliance, que é uma organização voltada a softwares de nível empresarial capazes de lidar com os aplicativos complexos e altamente exigentes na velocidade dos negócios no protocolo Ethereum. A Enterprise Ethereum Alliance conecta empresas da Fortune 500, startups, acadêmicos e fornecedores de tecnologia com especialistas em assuntos da Ethereum. Entre os membros do conselho, destacam-se grandes corporações como Microsoft, JP Morgan, Intel, entre outros.
A Enterprize Ethereum Alliance também formalizou uma parceria de interoperabilidade com a Hyperledger (outra solução de código aberto blockchain para negócios muito famosa – criada pela Linux Foundation) em 2018.
Até mesmo o presidente da Rússia (Vladimir Putin) se encontrou com Vitalik em 2017 para discutir oportunidades da Ethereum no país.
Equipe
Além de Vitalik, a Ethereum conta com mais de 200 desenvolvedores ativos trabalhando no protocolo principal e também em camadas secundárias. O interesse pelo projeto cresceu bastante logo após o lançamento, criando uma cultura semelhante ao Bitcoin, mas no mundo dos smart contracts.
Futuro do projeto
A Ethereum trabalha constantemente para aprimorar sua plataforma. Os maiores desafios são escalabilidade (capacidade de crescer o número de usuários sem prejudicar a arquitetura e sem aumentar as taxas/congestionamento na rede), segurança e eficiência computacional.
No ramo da eficiência computacional, o projeto mudou seu algoritmo de consenso, que era Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS), com o protocolo Casper. Essa mudança ocorreu em 2022.
Juntamente com o PoS, a Ethereum está trabalhando em soluções de segunda camada para aumentar a escalabilidade, como rollups. Muitos chamam esses upgrades de Ethereum 2.0, devido ao impacto positivo para o projeto.
O projeto também está aumentando suas exigências de segurança por meio de verificação formal de software, investido em pesquisa para soluções como a K Framework desenvolvida pela empresa Runtime Verification.
Prós e contras da Ethereum
Prós
- É bastante descentralizada
- Utiliza um algoritmo de consenso eficiente sem pegada de carbono
- Permite a construção das mais diversas aplicações em sua plataforma
- Foi a primeira plataforma a permitir smart contracts em blockchain
- É o projeto blockchain com mais adoção em termos de desenvolvedores e projetos construídos sob sua arquitetura
Contras
- É menos segura do que outras soluções devido à estrutura nativa dos contratos feitos em Solidity
- Por permitir qualquer tipo de execução de código (turing complete), é vulnerável a falhas e erros que podem custar milhões
- Apesar de ter um sistema de governança próprio descentralizado, ainda tem a figura de Vitalik como peça chave para o projeto
- Transações feitas na camada principal são muito caras, em especial quando a demanda na rede aumenta
Vale a pena comprar Ethereum?
Com o crescimento da tecnologia blockchain, parece ser uma boa ideia investir nos principais projetos do segmento. Atualmente, Bitcoin e Ethereum lideram o mundo dos projetos descentralizados e são os pioneiros nos seus conceitos.
Porém, a Ethereum também possui concorrentes fortes, plataformas que prometem trazer soluções técnicas para os problemas que a Ethereum enfrenta e outras funcionalidades. Então é difícil saber o que irá acontecer no futuro.
O que a Ethereum tem a seu favor é a adoção atual e as parcerias já conquistadas no mercado. Se alguém conseguirá destronar a Ethereum, não sabemos.
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