Por Ornella Nitardi*
Desafios para Startups no Ecossistema Corporativo
Prazos de pagamento longos, validação de contratos que se arrastam por meses, e processos decisórios engessados. Para startups, essas práticas comuns em grandes empresas são mais que desafios – são barreiras que comprometem a colaboração. Motivados pelas trocas com líderes de inovação de diversas organizações, ouvimos diretamente founders para identificar os ajustes necessários. Aqui, compartilho os achados que podem guiar a transformação.
Inovação Aberta: Mais que um Conceito, uma Prática Estratégica
Mais de 20 anos após a introdução da inovação aberta por Henry Chesbrough, é hora de repensar como as organizações aplicam o conceito. Open Innovation Founder Friendly, ou “inovação aberta amigável para founders”, não é apenas abrir as portas para startups – é sobre abrir de forma alinhada às suas necessidades. Esse modelo propõe uma relação de equidade que permita startups e corporações operarem no mesmo ritmo e criarem valor conjunto.
Chesbrough, em artigo para a MIT Sloan Management Review (2023), destacou que as maiores barreiras para o sucesso da inovação aberta estão dentro das próprias empresas. “Para inovar, precisamos mover o conhecimento de onde ele reside para onde é necessário”, afirmou ele. Assim, o desafio é romper estruturas corporativas tradicionais que sufocam a agilidade das startups.
Como Tornar a Inovação Realmente Founder Friendly
Adotar o conceito de founder friendly significa mais do que boas intenções – é preciso transformar práticas internas. Veja como:
- Cocriação Real: Envolver startups nos desafios reais da organização, permitindo que colaborem desde o início no desenvolvimento de soluções.
- Representatividade: Garantir que startups tenham voz nas tomadas de decisão, com contribuições valorizadas e respeitadas.
- Transparência: Definir expectativas claras desde o início da parceria, reavaliando processos de forma contínua.
- Agilidade: Reduzir prazos de pagamento, simplificar processos e criar estruturas mais flexíveis que acompanhem o ritmo das startups.
Essas mudanças exigem adaptação e um esforço genuíno de transformação interna.
O Papel da Área de Inovação
Em muitas corporações, a área de inovação é o elo entre startups e processos corporativos. Para cumprir esse papel, o time de inovação precisa de autonomia e capacidade de influência. Isso significa fomentar uma cultura que valorize experimentação, aceite riscos calculados e promova colaborações equitativas.
Além disso, é essencial construir estruturas de suporte que permitam às startups crescerem junto com as empresas, indo além dos tradicionais programas de inovação.
Uma Necessidade Estratégica
Tornar-se founder friendly não é apenas uma escolha – é uma necessidade para organizações que desejam prosperar em um mercado competitivo. Isso requer olhar para práticas atuais e fazer a pergunta: estamos prontos para colaborar com startups de forma justa e eficaz? Caso a resposta ainda não seja um “sim” definitivo, é hora de ajustar. O primeiro passo é ouvir os founders e agir sobre suas reais necessidades.
*Ornella Nitardi é especialista em inovação aberta e consultora em transformação corporativa.
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