Após semanas de forte pressão e queda expressiva, o mercado de criptomoedas iniciou a semana com um movimento de recuperação, impulsionado por duas grandes notícias ocorridas ao longo do fim de semana. A primeira foi o anúncio da Casa Branca sobre a revisão das tarifas de importação impostas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos. Segundo o novo posicionamento, as tarifas passam a ser recíprocas e proporcionais às aplicadas pelos países vizinhos, o que diminui significativamente o risco de tensões comerciais e um agravamento da inflação no país. Com isso, o mercado financeiro global reagiu positivamente, abrindo a semana em alta, movimento que refletiu diretamente nas criptomoedas.
A segunda notícia relevante foi o posicionamento do FMI, o Fundo Monetário Internacional, que reconheceu oficialmente a importância dos criptoativos e a possibilidade de utilização dessas tecnologias como instrumento de capitalização e troca. Essa sinalização institucional representa mais um passo na adoção global dos criptoativos e fortalece o argumento de que eles podem ter um papel relevante no sistema financeiro global nas próximas décadas.
A alta recente também reflete os desdobramentos da última reunião do FOMC, realizada na semana passada. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterou a expectativa de dois cortes na taxa de juros ao longo de 2025, mesmo com projeções de inflação um pouco acima das expectativas anteriores.
Esse posicionamento trouxe alívio ao mercado, pois indica que o Fed pretende manter sua política de cortes, ainda que o cenário inflacionário continue desafiador. Além disso, o Federal Reserve anunciou uma intensificação na redução do seu balanço patrimonial — um movimento que tende a direcionar capital para ativos de maior risco, como ações e criptoativos. Esses dois fatores aumentam as chances de recuperação do mercado nas próximas semanas.
Nesta semana, os investidores estarão atentos à divulgação do Fed’s Balance Sheet, prevista para quinta-feira, e ao PCE (Índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal), na sexta-feira, que é o principal indicador de inflação acompanhado pelo Federal Reserve. Caso o PCE venha dentro ou abaixo das expectativas, o mercado pode reagir de forma ainda mais positiva, reforçando a tendência de alta recém-iniciada. Por outro lado, se os dados vierem acima do esperado, o movimento pode esfriar, pois aumentaria o risco de adiamento nos cortes de juros.
Tecnicamente, o Bitcoin vem tentando consolidar um fundo após atingir os US$ 76 mil há três semanas. Desde então, já acumulou uma valorização superior a 20%, sendo negociado atualmente acima dos US$ 88 mil. Essa região, no entanto, é uma forte resistência, uma vez que muitos investidores ainda estão presos em posições compradas entre US$ 90 mil e US$ 95 mil. Por isso, é esperado que a pressão vendedora aumente nessas faixas, tornando prudente a realização parcial de lucros para quem comprou durante as quedas recentes.
Apesar da recuperação, ainda não há uma confirmação gráfica de reversão de tendência. O ideal seria a formação de um fundo ascendente em relação aos US$ 76 mil, o que configuraria um pivô de alta e aumentaria a probabilidade de retomada da tendência altista. Para quem não se posicionou durante as quedas, a recomendação é esperar por uma correção e entrada mais estratégica, com parte do capital disponível, sem alocações agressivas.
O Fear and Greed Index segue em níveis de medo, embora tenha subido nas últimas sessões. Isso reforça que ainda há espaço para o mercado continuar subindo antes que o sentimento atinja níveis de ganância. A cautela dos investidores é um sinal positivo, pois indica que o otimismo ainda não foi precificado completamente, e que novos movimentos de alta podem ocorrer com a consolidação das boas notícias e indicadores econômicos.
Dessa forma, a melhor estratégia no momento é operar com equilíbrio. Para quem já está posicionado, é hora de fazer parciais e rebalancear a carteira, aproveitando a recuperação do mercado. Para quem ainda não entrou, a recomendação é aguardar oportunidades de correção para entrar com cautela, sempre preservando capital para movimentações futuras.
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