Com quase metade da população adulta brasileira inadimplente, o país enfrenta um dos momentos mais desafiadores de seu cenário financeiro recente. De acordo com a Serasa, mais de 75,7 milhões de pessoas estavam com contas em atraso em março de 2025 — o maior número desde o início da série histórica. Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) surge não apenas como uma ferramenta tecnológica, mas como uma aliada estratégica na transformação da forma como instituições financeiras e empresas lidam com concessão de crédito e prevenção de dívidas.
A IA permite ir além da análise tradicional de dados e dos modelos estáticos de score. Com algoritmos capazes de identificar padrões de comportamento e prever riscos com maior precisão, sistemas baseados na tecnologia estão sendo utilizados para antecipar sinais de endividamento e propor medidas antes que a inadimplência se concretize. É o que já acontece em bancos e fintechs brasileiras, que vêm investindo em modelos preditivos para segmentar clientes e traçar estratégias de cobrança mais eficazes. Segundo estudo da Cinnecta, mais de 50% das instituições financeiras no Brasil já adotam IA em suas operações.
Bruno Nunes, especialista em tech e CEO da Base39, afirma que, mais do que identificar riscos, a tecnologia tem potencial para personalizar abordagens. “Ferramentas de inteligência artificial conseguem sugerir renegociações sob medida e criar campanhas específicas para perfis distintos de devedores, otimizando o retorno financeiro e reduzindo o desgaste na relação com o cliente. A consultoria EY estima que empresas que adotam soluções automatizadas e preditivas no setor de cobrança podem aumentar em até 30% a recuperação de dívidas e reduzir os custos operacionais em 20%”, explica.
A adoção da IA também tem impactos regulatórios e institucionais. O Banco Central do Brasil estuda formas de incorporar inteligência artificial em seus modelos de avaliação de risco, como parte de uma agenda de inovação que busca ampliar a inclusão financeira com responsabilidade. Em paralelo, surgem iniciativas do setor privado, como startups que utilizam tecnologia para mediar negociações de dívidas diretamente com os consumidores, reduzindo a burocracia e tornando o processo mais acessível.
Ainda que a IA não elimine as causas estruturais da inadimplência — como o alto custo de vida e a instabilidade econômica —, ela pode ser um diferencial relevante na construção de estratégias mais inteligentes, preventivas e humanas. “Em vez de atuar apenas ‘apagando incêndios’, empresas que integram dados, empatia e tecnologia têm mais chances de fidelizar clientes e manter a saúde financeira a longo prazo”, complementa.
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