O CEO da Instasize, Hector Lopez, em resposta ao polêmico roubo de 180 milhões de reais de carteira de desenvolvedor do Bitcoin Core (@lukedashjr), afirmou ser triste o fato que a a “ideologia do BTC” não concorde com a recuperação da propriedade através da blockchain. E acrescentou ainda mais: “A adoção em massa não ocorrerá sob o lema ‘se você não tem as chaves, não é seu Bitcoin‘”.
Tuur Demeester, membro da Diretoria da Fundação Bitcoin TX e conselheiro da Blockstream, respondeu a essa afirmação, afirmando que Satoshi criou uma moeda que não poderia ser recuperada de forma aleatória. Segundo ele, o que precisamos é continuar a inovar no Bitcoin, criando, por exemplo, contratos de seguro para armazenamento frio com multi-sig. “Autonomia + seguro são melhores do que resgates + censura”, afirmou.
Hector Lopez rebateu essa resposta, afirmando que não seria de forma aleatória, mas sim que seria preciso apresentar um caso a um tribunal de que você é dono de Bitcoin roubado. Ele imagina um mundo em que o roubo é realmente desestimulado, pois os fundos poderiam ser devolvidos ao proprietário legítimo a qualquer momento.
Tuur Demeester deu a última palavra, lembrando que essa discussão existe desde a época de Platão. E a questão sempre é: quem irá vigiar os vigilantes?
Essa discussão é um exemplo de um dos desafios enfrentados pelas criptomoedas desde o início: como garantir a segurança das transações e, ao mesmo tempo, manter a descentralização e a privacidade dos usuários. Exemplos polêmicos de roolbacks, como o hack do Ethereum em 2016, só reforçam essa preocupação. No entanto, a tecnologia blockchain e as criptomoedas ainda têm o potencial de revolucionar o sistema financeiro atual e criar uma economia mais justa e segura, cabe a nós que escolhamos o caminho certo.